Os dados do fluxo cambial mostram a saída de US$ 15,2 bilhões nos primeiros oito meses deste ano. Além disso, a bolsa de valores paulista perdeu R$ 87,3 bilhões
247 – O fracasso de Paulo Guedes e Jair Bolsonaro em restaurar a "confiança", o que vem sendo prometido aos brasileiros desde o golpe de estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff, ocorrido em 2016, produziu, neste ano, a maior fuga de capitais da história do Brasil.
Os dados do fluxo cambial
mostram a saída de US$ 15,2 bilhões nos primeiros oito meses deste ano, no pior
resultado desde 1982, quando estes dados começaram a ser medidos. Um dos
motivos para a fuga de investidores é a devastação ambiental, que Bolsonaro
negou nas Nações Unidas. Além disso, a bolsa de valores paulista perdeu R$ 87,3
bilhões. É o que aponta reportagem de capa do jornal O Globo desta
quarta-feira.
Com a saída do capital estrangeiro, o
dólar se desvaloriza e já é negociado a R$ 5,40. A situação só não é mais grave
em razão da demanda chinesa por alimentos, que tem garantido as exportações do
agronegócio, num Brasil que também tem sido desindustrializado.
Além da fuga de dólares, Bolsonaro e
Guedes entregarão ao País, neste ano, o maior rombo fiscal da história. Saiba
mais:
BRASÍLIA (Reuters)
- O
Ministério da Economia elevou em 63,6 bilhões de reais a estimativa de déficit
primário do governo central (Tesouro, Banco Central e Previdência) no ano, para
o valor recorde de 861 bilhões de reais, ao incorporar o impacto da prorrogação
do auxílio emergencial para enfrentar a pandemia do coronavírus.
Os novos números constam do relatório de receitas e despesas
do quarto bimestre, divulgado nesta terça-feira. O cálculo considera uma
projeção de queda do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,7% em 2020.
No relatório do
terceiro bimestre, a projeção era de déficit de 787,45 bilhões de reais. Com o
estado de calamidade pública aprovado pelo Congresso, o governo está
desobrigado de cumprir em 2020 a meta de déficit primário, de 124,1 bilhões de
reais.
No novo relatório, o governo elevou as
despesas primárias calculadas para o ano em 63,598 bilhões de reais, a 2,046
trilhões de reais, refletindo principalmente a extensão em quatro meses do
auxílio emergencial, que será pago agora até dezembro com valor reduzido, de
300 reais.
O custo dos pagamentos adicionais do auxílio
será de 67,6 bilhões de reais. Por outro lado, o governo reduziu pela metade,
para 17 bilhões de reais, a projeção de despesas com o programa de
financiamento à folha de pagamento das empresas (Pese).
Para a receita
líquida a conta foi reduzida em 9,955 bilhões de reais, a 1,185 trilhão de
reais. A redução é explicada por revisão de algumas projeções macroeconômicas
para o ano, arrecadação verificada em julho e agosto e alterações na legislação
tributária para o combate ao Covid-19.
A Cofins foi o tributo que sofreu a maior
redução na projeção de arrecadação --de 10,6 bilhões, para 224,7 bilhões de
reais--, o que é explicado, segundo o governo, pelo crescimento das
compensações tributárias.
Na semana passada, a Secretaria de
Política Econômica do Ministério da Economia atualizou as projeções
macroeconômicas para 2020. A estimativa para retração do PIB não foi alterada,
mas a projeção para a inflação foi levada para 1,83%, ante estimativa anterior
de 1,60%.
Diferente do que usualmente acontece, o
relatório de receitas e despesas deste bimestre não foi detalhado à imprensa
pelo secretário Especial de Fazenda, Waldery Rodrigues.
Waldery foi repreendido indiretamente na
semana passada pelo presidente Jair Bolsonaro, após divulgar que a equipe
econômica estudava propor o congelamento dos benefícios previdenciários para
financiar a ampliação do programa Bolsa Família.
Bolsonaro descartou a ideia e disse que
daria um “cartão vermelho” a quem lhe propusesse tirar dinheiro dos pobres para
dar aos “paupérrimos”.
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