Depois de
se afastar da Lava Jato, o procurador Deltan Dallagnol agora diz que errou na
fundação que pretendia criar com recursos da Petrobrás e também no power-point
usado para queimar a imagem do ex-presidente Lula, peça decisiva para a
ascensão da extrema-direita no Brasil
Lula, Deltan Dallagnol e o Power Point (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Reprodução) |
247 – Depois de se afastar da Lava Jato, após uma série de
irregularidades apontadas pela Vaza Jato, série de reportagens publicada pelo
site Intercept, o procurador Deltan Dallagnol fez, pela primeira vez, uma
pequena autocrítica, em entrevista concedida ao jornal Estado de S. Paulo.
Deltan reconheceu
que errou, ao tentar criar uma fundação, que seria administrada pela
força-tarefa de Curitiba, com recursos da Petrobrás. "Hoje, por exemplo,
chamaria vários outros órgãos para participar e aperfeiçoar o acordo feito com
a Petrobrás. Embora tenha permitido que mais de R$ 2 bilhões ficassem no Brasil
e tenha sido reconhecida sua legitimidade por sete órgãos diferentes, gerou
desgastes que poderiam ter sido evitados", disse ele.
O procurador também disse que "faria
diferente" o power-point usado para queimar a imagem do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva, líder político mais popular da história do País, e que
foi uma peça utilizada na campanha midiática para permitir o golpe de estado
contra a ex-presidente Dilma Rousseff, a prisão política de Lula, a destruição
das empresas brasileiras de engenharia, a queda sem precedentes do PIB, a perda
da soberania nacional e a ascensão da extrema-direita no País.
"Hoje faria diferente. Agora, é
importante dizer que o que se disse naquela entrevista coletiva, com um esforço
para ser acessível e didático para leigos, constava, de modo mais técnico, na
denúncia apresentada, que embasou a condenação do ex-presidente pelo
Judiciário", afirma Deltan. Hoje, já é praticamente consenso entre os
maiores juristas do Brasil e do mundo que Lula foi um preso político num
processo de lawfare coordenado pelos Estados Unidos para que o Brasil se
tornasse um país sem soberania e mais pobre.
Leia, abaixo, o
que Lula disse sobre Dallagnol no dia de ontem:
Revista Fórum
- Em
entrevista ao Fórum Onze e Meia desta sexta-feira (4), em edição especial do
aniversário de 19 anos da Fórum, o ex-presidente Lula comentou a saída do
procurador Deltan Dallagnol do cargo de coordenador da força-tarefa da Lava
Jato, em meio a denuncias de irregularidades que ele teria cometido durante a operação
em tramitação no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP).
“Me perdoe, mas eu acho que o Dallagnol,
se esconder atrás de uma doença, da filha dele, para poder justificar a saída”,
criticou Lula. “Se ela estiver doente, que deus ajude porque eu tenho pela
filha dele o respeito que ele não teve pelo meu neto, quando morreu com seis
anos de idade, quero que ele saiba disso. Mas ele não merece respeito da minha
parte. Não tem dignidade, não tem caráter. É fujão”, completou o ex-presidente.
Dallagnol anunciou sua saída do cargo na
última terça-feira, pouco depois de ter as ações contra ele arquivadas no CNMP,
que agora são alvo de recurso. Em vídeo nas redes sociais, o procurador alegou
que precisava de mais tempo com a família devido a uma doença da filha.
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