O governo
Bolsonaro não consegue conceber um plano para implantar programas sociais.
Abandonou a ideia de lançar o Renda Brasil e não sabe como bancar o Bolsa
Família, uma herança benigna do governo do ex-presidente Lula. Há 600 mil
pessoas na fila, mas a política de arrocho vigente impede de atender a demanda
por auxílio social
(Foto: Agência Brasil | Reuters) |
247 - Depois de desistir de lançar um programa com a marca do
seu governo, o Renda Brasil, Bolsonaro, com receio de queda de popularidade,
ainda busca os recursos para tocar o programa Bolsa Família, uma criação da era
Lula. Mas não tem visão política nem a ousadia de alterar a política de arrocho
fiscal e teto de gastos, que é a condição para encontrar os recursos
necessários à implementação de programas sociais.
O arrocho fiscal,
eixo da política econômica do governo, prisioneiro da lógica do teto de gastos,
dificulta tomar medidas para tocar programas sociais, principalmente depois que
o auxílio emergencial adotado para enfrentar a pandemia for abandonado.
O governo considera que será necessário
implementar medidas impopulares para abrir espaço em caixa para dar continuidade
ao Bolsa Família, principalmente após a desistência de Bolsonaro de implementar
o chamado Renda Brasil
Para 2021, o orçamento do Bolsa Família
foi ampliado em relação a anos anteriores, mas ainda é limitado. A estimativa é
que, com R$ 34,9 bilhões, cerca de 15,2 milhões de famílias sejam atendidas,
informam os jornalistas Thiago Resende e Gustavo Uribe,
na Folha de S.Paulo.
Porém, esta verba não prevê a 13ª parcela
prometida por Bolsonaro na campanha presidencial, nem um aumento substancial do
benefício —na faixa de R$ 192 por mês para cada família, em média.
O plano do Renda Brasil foi abandonado por
Bolsonaro nesta terça-feira (15) após sucessivas discordâncias sobre como
bancar o programa, que consistiria numa reformulação Bolsa Família —marca
associada à gestão de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Atualmente, há 14,28 milhões de famílias
dentro do programa criado no governo do PT, diz a reportagem. Cerca de 600 mil
estão na fila de espera e, apesar de receberem o auxílio emergencial em 2020,
segundo o governo, devem ser inseridas no Bolsa Família no próximo ano.
Técnicos na área de assistência social do
governo não conseguem prever os rumos do Bolsa Família.
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