Jair Bolsonaro ironizou nesta quinta-feira o uso ostensivo de máscara por autoridades dos Três Poderes, que mesmo assim acabaram sendo contaminadas com o novo coronavírus
Reuters - “Eu fico vendo Brasília, né, não vou falar nome aqui,
mas a alta cúpula do Poder em Brasília, alguns do Executivo, do Judiciário
bastante, do Legislativo também, com máscara 24 horas por dia, dormir com
máscara”, disse Bolsonaro em sua live semanal nas redes sociais.
“Cumprimenta
assim, ó (bate o cotovelo com o cotovelo do ministro do Meio Ambiente, Ricardo
Salles). Pô, pegaram o vírus! Agora, não adianta, isso aí que eu falava lá
atrás”, completou ele.
O presidente repetiu que é quem tem
comorbidade e idade avançada que precisa tomar cuidado. Disse ainda que, a
despeito da espera por uma vacina e por um “remédio comprovado
cientificamente”, “não adianta, vai acabar pegando” a doença.
“Ficar em casa não adianta nada porque um
dia você vai ter que sair da toca, né, sair de casa e vai acabar pegando o
vírus”, reforçou.
A Organização Mundial da Saúde (OMS),
especialistas e o próprio Ministério da Saúde orientam o uso de máscaras de
proteção facial como forma de frear a disseminação da Covid-19.
Na semana retrasada, o ministro Luiz Fux
tomou posse como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) em uma solenidade
que contou presencialmente com várias autoridades dos Três Poderes, incluindo
Bolsonaro. Após a cerimônia, Fux e outras autoridades anunciaram terem
contraído a Covid-19.
O presidente voltou a defender o uso da
hidroxicloroquina - droga sem eficácia comprovada para o tratamento da doença.
Ele perguntou a Ricardo Salles se havia sido infectados, que respondeu ter sido
um dos poucos que não teve Covid-19. “Não vou jogar praga não, mas você vai
pegar”, replicou Bolsonaro.
Mais uma vez, Bolsonaro fez a defesa do
retorno das atividades escolares ao dizer que problemas estão ocorrendo em
casa. Ele destacou que houve uma “politização do vírus” e repetiu que não
haveria porque as pessoas se acovardarem.
Nesta quinta, o Brasil registrou novas 831 mortes pela
Covid-19, totalizando 139.808 óbitos, o segundo país em número absoluto de
mortes no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
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