Num
artigo de seu diretor de Redação, a Folha de S.Paulo recuou do título “Jair
Roussef”, de 21 de agosto, que causou indignação pela comparação entre uma
democrata, torturada pela ditadura, e um ex-capitão defensor das torturas e dos
torturadores. A maior parte do texto, entretanto, foi usada para atacar o
jornalista Janio de Freitas, que havia criticado o editorial
Dilma Rousseff (Foto: Brasil 247) |
247 - Depois de um dos
editoriais que já passou à história como um dos mais infames escritos no país,
comparando Dilma Roussef, uma mulher honrada e lutadora pela democracia, com
Jair Bolsonaro, defensor de torturadores e golpes de Estado, a direção da Folha
de S. Paulo recuou nesta segunda-feira (31). Sob o título “Uma escolha infeliz”, o diretor de Redação
do jornal, Sérgio Dávila fez autocrítica do título “Jair Roussef” usado no editorial de 21 de
agosto e que levou a uma onda de protestos de pessoas e entidades vinculadas à
luta pela democracia.
Escreveu Dávila no texto que que o jornal
marcou seu recuo:”O texto era intitulado ‘Jair Rousseff’, uma escolha infeliz
que tentava resumir a pertinente comparação econômica sem levar em conta que
colocava na mesma expressão o sobrenome de uma democrata que foi torturada pela
ditadura militar e o prenome de um político apologista da tortura, que defende
não só aquele regime como suas práticas vis e sanguinolentas”.
Sob o pretexto do recuo de seu editorial,
o diretor de Redação do jornal usou a maior parte de seu artigo, entretanto,
para atacar o jornalista Janio de Freitas, funcionário da Folha, que havia
criticado o “Jair Roussef”. Leia a reportagem do Brasil 247 sobre o artigo de
Janio de Freitas: “Janio de Freitas condena editorial ‘Jair Rousseff’ e diz que
Folha nunca explicou seu apoio à ditadura”. Enquanto 5 parágrafos foram usados
para a autocrítica, nada menos que 14 voltaram-se a atacar Janio de
Freitas.
Dávila
tentou defender o jornal da acusação do uso de veículos de distribuição do
jornal que foram colocados a serviço do DOI-Codi e Operação Bandeirantes na
ditadura militar, para prender e levar opositores do regime para o cárcere e
sessões de tortura. O diretor do jornal tentou esquivar a empresa do fato, mas
no próprio texto indica que Otavio Frias Filho, em 2011, reconheceu que “se a
cessão de veículos ocorreu, foi de forma episódica e sem conhecimento nem
autorização de sua direção”.
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