Depois de
ter adiado o caso 42 vezes em quatro anos, o Conselho Nacional do Ministério
Público concluiu nesta terça-feira (25) que as punições contra três
procuradores da Lava Jato, entre eles Deltan Dallagnol, prescreveram
CNMP julga caso do PowerPoint de Deltan contra Lula (Foto: Agência Brasil / Reprodução) |
247 - O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP)
decidiu arquivar nesta terça-feira (25) o processo que tramitava no órgão a
pedido da defesa do ex-presidente Lula e que pedia punição administrativa a
três procuradores da Lava Jato, entre eles Deltan Dallagnol, pela apresentação
do PowerPoint feita em 2016 para explicar a denúncia apresentada pelo
Ministério Público sobre o triplex do Guarujá.
A apresentação
apontava Lula como grande comandante de uma suposta organização criminosa
ligada à Petrobrás, tese que não tinha qualquer relação com o triplex, objeto
da denúncia do MP, além de apresentar uma conclusão do caso antes da
investigação sobre o ex-presidente. Além de Dallagnol, a ação mirava os
procuradores Roberto Pozzobon e Júlio Noronha, também da força-tarefa da Lava
Jato.
Mesmo com um placar do plenário favorável
à abertura de um processo administrativo disciplinar contra os procuradores, os
conselheiros entenderam (oito dos 11 integrantes do órgão votaram desta forma),
a maioria entendeu, após uma discussão, que por conta do tempo as punições não
poderiam mais ser aplicadas porque prescreveram.
O debate sobre a prescrição aconteceu após
a conselheira Sandra Krieger levantar uma questão de ordem pedindo a suspensão
do julgamento para debater a prescrição da punição. O CNMP decidiu então
suspender momentaneamente a proclamação do resultado da análise para depois do
debate anunciar que as punições estavam prescritas.
O primeiro a votar nesta terça foi o relator, Marcelo
Weitzel, em defesa do arquivamento do caso, uma vez que, segundo
ele, o processo já foi analisado duas vezes, tanto pela Corregedoria do
Ministério Público Federal quanto pela Corregedoria Nacional do CNMP. Em ambas,
de acordo com ele, o caso foi arquivado. Depois de seu voto, pela manhã, a
sessão foi suspensa e retomada à tarde.
O conselheiro
Sebastião Caixeta abriu divergência e votou pela abertura de processo
disciplinar contra Deltan Dallagnol e os outros dois colegas da força-tarefa,
deixando o placar em 1x1. Em seguida, o conselheiro Otavio Luiz Rodrigues Jr.
deu o segundo voto pela abertura de um processo disciplinar. Sílvio Amorim
deixou o placar em 2x2 ao concordar com o relator, em defesa do arquivamento. A
conselheira Fernanda Marinela antecipou que votará a favor da abertura do
processo, deixando o placar em 3x2 contra Deltan.
O processo chegou a ser adiado 42 vezes
antes de ir a julgamento nesta terça no CNMP, depois que a defesa de Lula
precisou ir ao STF cobrar informações sobre a tramitação.
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