Proposto
pela oposição ao governo Bolsonaro no Congresso Nacional, benefício de R$ 600
provocou a maior redução já captada nos índices que medem a desigualdade e
abriu espaço para a discussão sobre renda básica universal no Brasil
Filas para recebimento do auxílio emergencial (Foto: Reprodução) |
247 – O benefício de R$ 600 proposto pela oposição ao governo
federal no Congresso Nacional, depois que Jair Bolsonaro e Paulo Guedes
ofereceram apenas R$ 200, teve impacto significativo na redução das
desigualdades no Brasil. É o que aponta reportagem da jornalista Cássia Almeida, publicada no jornal O
Globo. "A injeção na economia de R$ 50 bilhões a cada mês por meio do
auxílio emergencial para informais reduziu a pobreza e fez a desigualdade
brasileira chegar a seu menor nível histórico, de acordo com cálculo inédito do
sociólogo Rogério Barbosa, do Centro de Estudos da Metrópole da USP",
escreve a jornalista.
"Foi uma
queda (da desigualdade) sem precedentes. Se não houvesse o auxílio, todo o
esforço redistributivo dos últimos 25 anos teria se perdido", diz o
pesquisador Rogério Barbosa, sobre o auxílio que já beneficia 60 milhões de
brasileiros – o que influiu nos índices de aprovação do governo federal. Entre
os desempregados, a reprovação caiu nove pontos em relação a junho, de 43% para
34%. Já o apoio subiu 12 pontos, de 24% para 36%, no mesmo período.
A grande discussão hoje é como criar uma
política de renda mínima, sem estourar os limites impostos pelo orçamento.
"O governo gasta com o auxílio mais de 17 vezes o que transfere no
programa Bolsa Família por mês. O valor do benefício aumentou e o número de
pessoas atendidas também", aponta a reportagem.
"Barbosa
calculou o impacto do auxílio emergencial no Índice de Gini, que varia de 0 a
1: quanto mais próximo de 1, maior a concentração.
Segundo o estudo, a queda no índice este
ano foi superior à dos oito anos do governo Lula, período recente de maior
redução da desigualdade. Caiu de 0,543 em 2019 para 0,492 em maio deste ano.
Sem o auxílio, o Gini hoje seria de 0,569, comparável ao de 1970: 0,565",
informa Cássia Almeida.
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