De acordo
com estudo, uma rede formada por religiosos atingiu, em 47 dias, 11 milhões de
visualizações só em vídeos que citavam o novo coronavírus
(Foto: REPRODUÇÃO/FACEBOOK) |
247 - Líderes religiosos simpáticos a Jair Bolsonaro são
responsáveis pelo fortalecimento da rede de desinformação no YouTube sobre a
pandemia. De acordo com estudo, uma rede formada por este pérfil de religiosos
atingiu, em 47 dias, 11 milhões de visualizações só em vídeos que citavam o
novo coronavírus. São canais e aplicativos de mensagens que minimizam a
pandemia e divulgam histórias de curas mirabolantes e prevenções caseiras
contra a doença.
De acordo com
dossiê elaborado por pesquisadores do Centro de Estudos e Pesquisas de Direito
Sanitário (Cepedisa) da USP, do Centro de Análise da Liberdade
e do Autoritarismo (LAUT) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia em
Demaocracia Digital (INCT.DD), os conteúdos incluíam sermões que minimizavam a
doença, pregações de teorias conspiratórias, informações enviesadas e de
desqualificação da ciência.
O levantamento foi feito entre 1.º de
fevereiro e 17 de março, numa etapa antes das primeiras mortes. No dia 11 de
março, o então ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, já anunciava que o
Brasil viveria pelo menos “20 semanas duras”.
“É uma questão de saúde pública. Ninguém
está desmerecendo a fé de nenhuma religião. Sabemos que a fé ajuda as pessoas,
mas a saúde e a medicina devem prevalecer”, afirmou a delegada gaúcha Laura
Rodrigues Lopes, em entrevista ao jornal O Estado de
S. Paulo.
A reportagem cita o discurso do pastor
César Augusto, da Associação Fé Perfeita de João Pessoa, que aproveitou um
culto transmitido pela internet, em 17 de março, para profetizar o fim da
pandemia. “O que eu vejo é que daqui para frente pessoas que estavam sendo
analisadas como suspeitas (de ter covid-19)
vão começar a dar negativo”, disse aos seus seguidores. “O diabo pode colocar a
viola no saco”, acrescentou.
O país registra mais de 2 milhões de
brasileiros foram infectados e 76 mil morreram.
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