O líder
do PT na Câmara dos Deputados, Ênio Verri (PR), e o deputado Paulo Pimenta (RS)
cobraram da PGR investigação contra o advogado Carlos Zucolotto, padrinho de
casamento de Sérgio Moro, e sócio de Rosângela Moro, esposa do ex-ministro
Carlos Zucolotto, de branco da esq. para a dir. |
247 - O líder do PT na Câmara dos Deputados, Ênio Verri
(PR), e o deputado federal Paulo Pimenta (RS) pediram à Procuradoria Geral da
República, comandada por Augusto Aras, que reavalie o pedido de investigação
apresentado pela sigla em 2017 contra o advogado Carlos Zucolotto, padrinho de
casamento do ex-juiz Sergio Moro, e sócio de Rosângela Moro, esposa do
ex-ministro da Justiça.
O pedido dos
parlamentares foi feito após vir a público que a informação de Aras retomou
negociação de acordo de delação com o advogado Rodrigo Tacla Duran,
que atinge diretamente Zucolotto, com potencial de revelar novas
irregularidades da Lava Jato - várias ilegalidades na operação já foram
divulgadas pelo site Intercept Brasil em parceria com outros veículos, em
séries de reportagens conhecidas como Vaza Jato.
Tacla Duran
afirmou ter pago US$ 5 milhões a Zucolotto para obter vantagens
em seu acordo de delação premiada com a Lava Jato em 2016, como a diminuição do
valor de sua multa, acordada inicialmente em R$ 55 milhões, o que não
aconteceu. Em 2018, a PGR arquivou os fatos relatados por Tacla sob o argumento
de que faltou a comprovação de crimes.
Em setembro de 2017, vieram a público as
revelações de que Rosângela Moro teria recebido dinheiro do escritório de
Duran, apontado como operador de propina da construtora Odebrecht. O nome da
mulher do ex-juiz, juntamente com o escritório de Zucolotto, aparece em um
relatório da Receita Federal entre os advogados que trabalharam diretamente
para o escritório de Tacla Duran.
Sob a alegação de que era necessário
preservar o sigilo profissional, o escritório de Tacla Duran não informou
cifras nem deu detalhes sobre o trabalho realizado por Rosângela Moro e Carlos
Zucolotto para justificar os pagamentos.
A iniciativa de Aras no sentido de retomar
as negociações para um acordo de delação premiada com Tacla Duran teria como
"pano de fundo" a tentativa de desgastar Moro, potencial adversário
de Bolsonaro na eleição presidencial de 2022.
Quando anunciou sua demissão, no dia 24 de
abril, Moro apontou crime de responsabilidade de Bolsonaro, ao denunciar
tentativa de interferência política na Polícia Federal. "O presidente me
relatou que queria ter uma indicação pessoal dele para ter informações
pessoais. E isso não é função da PF", afirmou. Dias depois, o ministro do
Supremo Tribunal Federal Celso de Mello autorizou a abertura de um inquérito
com o objetivo de apurar as acusações do ex-juiz.
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