O
procurador Thiago Lemos de Andrade acionou o Conselho Nacional do Ministério
Público para reclamar da forma de distribuição das investigações da Lava Jato
(Foto: Agência Brasil) |
247 - Após anos em que a Lava Jato de Curitiba, comandada por
Deltan Dallagnol e pelo ex-juiz Sérgio Moro, deteve a competência forçada dos
processos, principalmente dos casos envolvendo lideraças do PT, como a do
ex-presidente Lula, uma disputa interna no Ministério Público Federal em São
Paulo surge com forte potencial para afetar ações e investigações relacionadas
à cúpula do PSDB, Michel Temer e ao próprio ex-presidente Lula.
Com quase uma
década de atraso, o procurador Thiago Lemos de Andrade acionou o Conselho
Nacional do Ministério Público (CNMP), órgão que fiscaliza os integrantes da
Procuradoria, para reclamar da forma de distribuição das investigações da Lava
Jato.
De acordo com reportagem da Folha de S.
Paulo, o procurador sustenta que o material da operação que chega a
São Paulo vindo de Curitiba, do Rio ou de Brasília não tem sido distribuído da
forma correta. A força-tarefa da Lava Jato de Curitiba nega e diz que suas
atribuições foram designadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República).
Caso o conselho dê aval aos pedidos do
procurador, pode abrir um flanco para que as defesas dos investigados
questionem a validade das apurações na Justiça e peçam a anulação dos
processos.
Na Lava Jato de São Paulo, há
investigações ou ações já apresentadas sobre grandes obras tocadas no estado em
gestões dos tucanos José Serra e Geraldo Alckmin, como o Rodoanel e o Metrô, e
sobre familiares dos ex-presidentes Lula e Temer. Já foram apresentadas
denúncias contra Serra, Lula, Temer e também contra suspeitos de serem
operadores de propina como Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, e seu sucessor
na Dersa, Pedro da Silva. No caso de Temer, a ação foi paralisada no STJ
(Superior Tribunal de Justiça) e deverá ser analisada pela quinta turma.
Além da disputa
entre São Paulo e Curitiba, há uma crise entre os procuradores da Lava Jato de
Curitiba e a PGR (Procuradoria-Geral da República) que teve o seu estopim com
uma visita da subprocuradora Lindôra Araújo no Paraná, para obter dados das
investigações.
Em agosto, o procurador-geral Augusto Aras
decidirá se prorroga ou se deixa que a Lava Jato do Paraná seja desfeita.
Fontes ligadas à Lava Jato do Paraná dizem acreditar que Aras não tem intenção
de manter a Lava Jato e, por isso, ele se empenha em encontrar falhas na
atuação da força-tarefa e tem trabalhado pela criação de um órgão central de
combate à corrupção do MPF em Brasília.
Nenhum comentário:
Postar um comentário