Documento
da Igreja Católica, intitulado “Carta ao povo de Deus”, traz duras críticas ao
governo Bolsonaro e afirma que o Brasil atravessa um dos momentos mais difíceis
de sua história
Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino) |
247 - Uma carta dura com críticas ao governo de Jair Bolsonaro
foi assinada por 152 bispos, arcebispos e bispos eméritos do Brasil, informa a jornalista Mônica Bergamo.
Intitulado “Carta
ao povo de Deus”, o documento afirma que o Brasil atravessa um dos momentos
mais difíceis de sua história, vivendo uma “tempestade perfeita”, que
combinaria uma crise sem precedentes na saúde e um “avassalador colapso na
economia” com a tensão sofre “fundamentos da República, provocada em grande
medida pelo Presidente da República [Jair Bolsonaro] e outros setores da
sociedade, resultando numa profunda crise política e de governança”.
“Analisando o cenário político, sem
paixões, percebemos claramente a incapacidade e inabilidade do Governo Federal
em enfrentar essas crises”, diz ainda o documento.
O texto também faz críticas diretas ao
sistema neoliberal e às reformas praticadas pela equipe econômica de Paulo
Guedes. De acordo com os líderes da Igreja Católica, os resultados das reformas
feitas pelo governo “pioraram a vida dos pobres, desprotegeram vulneráveis,
liberaram o uso de agrotóxicos antes proibidos, afrouxaram o controle de
desmatamentos e, por isso, não favoreceram o bem comum e a paz social”.
“É insustentável uma economia que insiste
no neoliberalismo, que privilegia o monopólio de pequenos grupos poderosos em
detrimento da grande maioria da população”, defendem.
Para eles, o
“sistema do atual governo” não coloca no centro a pessoa humana e o bem de
todos, “mas a defesa intransigente dos interesses de uma economia que mata,
centrada no mercado e no lucro a qualquer preço”.
A carta seria tornada pública na última
quarta-feira (22), mas teve sua divulgação suspensa para ser analisada pelo
conselho da CNBB (Confederação Nacional dos Bispos do Brasil). Há um receio
entre os signatários de que o setor conservador do órgão impeça a divulgação.
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