Em
campanha aberta pela candidatura do ex-juiz Sergio Moro à presidência da
República, a Globo escalou seus comentaristas para atacar o procurador-geral
Augusto Aras após sua participação em live do Prerrogativas, transmitida pela
TV 247
Augusto Aras e programa da Globonews (Foto: Agência Brasil | Reprodução) |
247 - Na guerra interna no Ministério Público Federal que coloca
em lados opostos os defensores e os críticos da Operação Lava Jato, a Globo dá
demonstrações claras de que está do lado da força-tarefa de Curitiba.
Depois das
críticas feitas pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, à Lava Jato,
em live do Grupo Prerrogativas no Youtube, retransmitida pela TV 247 na noite
desta terça-feira (28), comentaristas da Globonews dispararam críticas ao chefe
da PGR e defenderam enfaticamente o grupo de procuradores coordenado por Deltan
Dallagnol.
Durante o programa Estúdio I, nesta tarde,
os jornalistas Valdo Cruz, Natuza Nery, Otávio Guedes e Ana Flor defenderam a
tese de que Aras, em uma “live com advogados que defendem empresários e
políticos punidos pela Lava Jato”, está defendendo agora “os mesmos argumentos
do advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins”.
Paralelamente, rasgaram elogios às declarações do procurador Roberson Pozzobon,
em resposta a Aras, e leram uma nota de procuradores da Lava Jato. Nesta
terça, pelo Twitter, Pozzobon colocou em suspeita a nomeação de Augusto Aras
por Jair Bolsonaro, lembrando que para a escolha não foi seguida a tradição da
lista tríplice enviada à presidência.
Na live da última noite, Aras disse que a Lava Jato é uma “caixa de segredos” e
criticou a falta de transparência da operação. A declaração causou bastante
repercussão no meio jurídico e político. O deputado Paulo Pimenta defende a criação de uma CPI para
apurar a denúncia de que há um banco de dados com informações sobre 38 mil
pessoas, incluindo parlamentares e juízes, por meio de um sistema paralelo, de
acordo com Aras.
O embate entre o grupo da Lava Jato e o
comando da PGR após a posse de Aras está relacionado também com a possibilidade de o novo procurador-geral da República
poder extinguir as forças-tarefas existentes no MPF. Os
procuradores temem perder o comando e a autonomia da Lava Jato.
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