"Nós
não tivemos um processo de acordo com a lei. Ele não serve de elemento de
análise. Um juiz totalmente contaminado com visões partidárias e
ideológicas", afirmou o governador do Maranhão, Flávio Dino, ao criticar a
sentença de Sérgio Moro contra Lula no processo do triplex em Guarujá (SP)
Flávio Dino, Lula e Sérgio Moro (Foto: Brasil 247 | Abr) |
247 - Potencial candidato a presidente da República em 2022, o
governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), criticou a condenação do ex-juiz
Sérgio Moro contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no processo do
triplex em Guarujá (SP).
"Nós não
tivemos um processo de acordo com a lei. Ele não serve de elemento de análise.
Um juiz totalmente contaminado com visões partidárias e ideológicas. Imagina um
árbitro de futebol que vai confraternizar com o time vencedor após a
partida", disse o chefe do Executivo maranhense durante entrevista com o
jornalista Marco Antonio Villa.
De acordo com o governador, ex-juiz
federal, Moro "conduziu um processo de modo muito destoante das regras
jurídicas" e "contaminou" outras instâncias. "O TRF-4, no
qual eu conheço pessoalmente todos os personagens porque fui juiz federal,
infelizmente também foi contaminado pelo chamado ‘direito excepcional’ do
processo penal do espetáculo. O processo do triplex é altamente contaminado.
Analisei ele página por página", continuou.
Moro condenou Lula sem provas no processo
do triplex em Guarujá (SP). O ex-presidente foi acusado de ter recebido um
apartamento como propina da OAS em contrapartida de contratos da empreiteira
com a Petrobrás. Ele nunca dormiu nem tinha a chave do apartamento.
Ao apresentar a denúncia em setembro de
2016, o procurador Henrique Pozzobon admitiu que não havia "provas
cabais" de que Lula era o proprietário do imóvel.
Uma reportagem do Intecept
Brasil, publicada no ano passado, apontou que o procurador Deltan Dallagnol
duvidava da existência de provas contra Lula. Outra publicação revelou que
procuradores fizeram o possível para impedir entrevista do ex-presidente antes
do segundo turno da eleição presidencial de 2018, quando o Supremo Tribunal
Federal acatou o pedido de entrevista do jornal Folha de S.Paulo.
Flávio Dino ainda
considerou os governos Lula e Dilma como um "ciclo de muitas
vitórias". "Esse ciclo que nós conduzimos, nós participamos. O meu
partido participou. Eu participei pessoalmente como deputado federal no
primeiro governo Dilma. Foi um ciclo de muitas virtudes, muitas vitórias,
muitos méritos. Conjugamos democracia política, crescimento econômico e
distribuição de renda", disse.
"O ex-presidente Lula e a
ex-presidenta Dilma fizeram muita coisa. Talvez tenha faltado mostrar tudo que
foi feito e isso resultou nessa concepção errada de que esses governos tenham
sido tolerantes com a corrupção e isso resultou no fortalecimento da
extrema-direita", acrescentou.
Eleições
Ao comentar sobre
as eleições de 2022, o governador afirmou que vê um cenário "menos
fragmentado que o das eleições municipais desse ano". "Não acho que
teremos candidatura única, nem no campo da esquerda nem no campo da direita. Eu
acho que na direita você tem o Bolsonaro – que só pensa em reeleição – e
segmentos de ‘centro-direita’. Acho que teremos dissidência", disse.
"Do lado de cá acho que temos que
agregar ao máximo, diminuir a conflituosidade e as arestas. Nossas arestas
impediram união no segundo turno de 2018, facilitando a vitória de Bolsonaro.
Espero que, caso não haja uma candidatura única, que a gente consiga um diálogo
que permita uma união no segundo turno que permita que consigamos vencer as
eleições", acrescentou.
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