Uma nota
de “repúdio” com ataque direto a Gilmar Mendes foi redigida pelos comandantes
das Forças Armadas em resposta à sua afirmação de que “o Exército está se
associando a esse genocídio”. A afirmação de Mendes, no sábado, é uma
referência à ocupação militar do Ministério da Saúde. Os militares não
divulgaram a nota, mas o ambiente é de grande tensão institucional
Gilmar Mendes e General Edson Leal Pujol (Foto: STF | Marcos Corrêa/PR) |
247 - O fim de semana termina com um cenário que aponta para
uma crise institucional de proporções ainda desconhecidas, no confronto entre a
cúpula militar e o ministro do STF Gilmar Mendes. Os chefes das Forças Armadas
consideraram-se diretamente atingidos pela afirmação de Mendes, no sábado (11),
quando ele criticou duramente os militares, dizendo que “o Exército está se associando a esse
genocídio”. Ele se referia ao compromisso dos militares com o governo
Bolsonaro na pandemia de coronavírus e à ocupação militar do Ministério da
Saúde, crítica que ele reafirmou neste domingo (12). A cúpula
militar produziu duas notas de resposta, a primeira já tornada pública, de defesa da conduta das Forças Armadas, sem qualquer
menção a Mendes. Uma segunda nota, ainda não divulgada, contém um ataque direto
ao ministro do STF, manifestado "repúdio" à declaração, segundo o
jornalista Caio Junqueira, da CNN Brasil. O ambiente é de grande tensão institucional.
O ministro da
Defesa, Fernando Azevedo, e os comandantes das três Forças, Edson Pujol
(Exército), Ilques Barbosa (Marinha) e Antonio Carlos Moretti (Aeronáutica),
passaram o fim de semana elaborando a estratégia de resposta a Gilmar Mendes.
A utilização da palavra “genocídio”
irritou de maneira particular os militares.
Até o início da noite deste domingo, a decisão era de não
divulgar a segunda nota. Mas os comandantes militares entraram em contato com
outros integrantes do Judiciário para externar sua “indignação” e pediram que o
recado fosse passado a Gilmar Mendes.
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