Uma
semana depois de dizer que "é preciso perdoar o PT", Ascânio Sêleme
salienta que se refere ao Partido dos Trabalhadores de Fernando Haddad – e não
do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Lula e Fernando Haddad (Foto: Ricardo Stuckert | Reprodução) |
247 – A estratégia do grupo Globo, que, na semana passada, ofereceu perdão ao Partido dos
Trabalhadores, por meio da coluna do jornalista Ascânio Sêleme, ex-diretor
de Redação do jornal e um de seus principais colunistas, fica mais clara nesta
semana. Em novo artigo, Sêleme salienta que a clemência oferecida pela Globo se
dirige a um suposto Partido dos Trabalhadores de Fernando Haddad, e não ao PT
que inclui os ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. O
artigo também nega a realidade, ao não reconhecer que houve um golpe de estado
no Brasil em 2016 e que Lula foi um preso político – dois fenômenos apoiados
pela Globo que permitiram a ascensão do bolsonarismo.
"Se o Partido
dos Trabalhadores se organiza internamente através de algumas tendências
políticas que lutam pelo poder na legenda, do lado de fora se consegue ver
apenas dois PTs distintos. Um deles é o de Lula, o que manda, e tem entre seus
expoentes Gleisi Hoffmann e José Dirceu. Estes não querem nem ouvir falar de
entendimento político, de frente contra Bolsonaro. Apostam na ruptura como
única forma de retomar o poder. Entendem que um alinhamento com as demais
forças do campo democrático pode resultar na eleição de um não petista. Além
disso, afirmam que se a rejeição ao PT acarretar a reeleição de Bolsonaro, esse
será um problema do Brasil, não do partido", diz Ascânio Sêleme, em seu
artigo.
"Mas há um outro PT, tão de esquerda
quanto o de Lula, ou até mais do que este. Essa turma, liderada pelo
ex-ministro, ex-prefeito de São Paulo e ex-candidato a presidente Fernando
Haddad, já reconheceu publicamente os erros do PT e se mostrou pronta para
reconstruir e reerguer o partido. Esse grupo não tem as amarras populistas de
Lula e companhia, é mais moderno, pensa no futuro e não se contenta apenas com
o atendimento de interesses imediatistas e corporativistas", afirma o
colunista. "O futuro do maior partido de esquerda do Brasil será
determinado pela prevalência de um grupo sobre o outro. Hoje, o PT de Haddad é
minoritário, sofre aberta censura do campo majoritário e muitas vezes precisa
se calar para sobreviver e seguir brigando internamente pela transformação do
partido", afirma Sêleme, tenta criar uma divisão inexistente entre Lula e
Haddad.
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