As
operações da Lava Jato contra os ex-governadores de São Paulo Geraldo Alckmin e
José Serra põem em xeque o futuro do PSDB, que já não vence uma eleição desde o
segundo mandato de FHC. Derrotado em 2014, Aécio Neves, também está na mira do
Judiciário
José Serra e Geraldo Alckmin (Foto: Pedro França/Agência Senado | GOVSP) |
247 - As operações da Lava Jato contra os ex-governadores
de São Paulo Geraldo Alckmin e José Serra põem em xeque o futuro do PSDB, que
já não vence uma eleição desde o segundo mandato de Fernando Henrique Cardoso.
Atual senador, Serra perdeu em 2002 e em 2010, Alckmin em 2006 e em 2018,
quando não chegou sequer ao segundo turno. Além deles, alvos da Lava Jato, o
atual deputado federal Aécio Neves, derrotado em 2014, também está na mira do
Judiciário.
O senador e sua
filha, Verônica Serra, viraram réus
na Justiça Federal sob acusação de lavagem de dinheiro transnacional.
Ele é acusado de ter recebido mais de R$ 23 milhões da Odebrecht para liberar
crédito frente à Dersa.
No caso de Alckmin, a Justiça Eleitoral aceitou
denúncia do Ministério Público de São Paulo contra o tucano por caixa 2,
corrupção e lavagem de dinheiro. Segundo a acusação do MP, o
ex-chefe do Executivo paulista recebeu R$ 11,3 milhões da Odebrecht, durante as
campanhas eleitorais de 2010 e 2014 ao governo do estado de São Paulo pelo
PSDB.
O deputado Aécio Neves indiciado pela
Polícia Federal pelos crimes de corrupção passiva e ativa, desvio de recursos
públicos e falsidade ideológica por esquema de superfaturamento na construção
da Cidade Administrativa de Minas Gerais, sede do governo estadual. A PF
apontou indícios de
desvio de R$ 232 milhões em dinheiro público por meio de falsas contratações.
O PSDB governa o estado de São Paulo desde
1995 e, segundo
informações de Veja, controla 702 prefeitos no País, incluindo os de
oito capitais. "Temos ambição de crescer não só em número de prefeituras,
mas em número de habitantes em cidades com prefeitos tucanos. Nesse sentido,
manter São Paulo e outras capitais acaba sendo mais representativo", diz o
deputado Beto Pereira (MS), secretário-geral do PSDB.
De olho na eleição
presidencial de 2022, o grupo do atual governador João Doria (PSDB) aposta em
uma aproximação com o MDB e o DEM, depois que os dois partidos romperam com o
bloco do Centrão. Se for candidato a presidente, Doria terá de explicar as
acusações contra três ex-presidenciáveis da legenda.
Segundo o analista político Rui Tavares
Maluf, "um olhar imediato mostra que a marca PSDB, assim como a do PT,
está chamuscada, mas os partidos devem pensar estrategicamente, que o nome tem
um peso e que não valeria a pena jogá-lo fora, mesmo machucado". "Se
quiser se fortalecer, se revigorar para disputar eleições com condições, o PSDB
terá que se aproximar muito dos mais pobres, dos desvalidos, dos desempregados,
das mulheres e dos jovens", disse.
"Sempre fomos de um centro
progressista, mas, com a ausência de posições e a polarização, fomos sendo
empurrados para a direita", diz um aliado do prefeito paulistano Bruno
Covas, tentando identificar o partido com as origens.
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