sexta-feira, 31 de julho de 2020

Alexandre de Moraes exige explicação da Secom, BB, Caixa e BNDES por anúncios em sites e redes de fake news


O ministro do STF Alexandre de Moraes quer explicações da Secom e três bancos públicos - Caixa, Banco do Brasil e BNDES - sobre anúncios feitos em redes sociais e sites de fake news. O pedido foi feito no âmbito do inquérito que apura ofensas, ameaças e notícias falsas contra a Corte
Alexandre de Moraes, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES
Alexandre de Moraes, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES (Foto: STF | Reuters)

247 - O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes quer explicações da Secretaria de Comunicação do governo federal (Secom) e três bancos públicos sobre investimentos feitos em sites e redes sociais propagadoras de fake news. O pedido foi feito no âmbito do inquérito que apura ofensas, ameaças e fake news contra a Corte. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal deverão enviar informações ao ministro. Essas três instituições foram alvos de representações e decisões do Tribunal de Contas da União (TCU) pela presença de anúncios em sites e em canais acusados de fake news.
BNDES pagou por anúncios em canais do YouTube de blogueiros investigados pelo STF, de acordo com o jornal O Globo. O banco anunciou que suspendeu suas campanhas na internet por meio do Google Ads, plataforma de mídia programática.
De acordo com o subprocurador do MP junto ao TCU, Lucas Furtado, cabe ao tribunal "empreender a mesma ação de controle que vem sendo desenvolvida em face do Banco do Brasil, tendo em vista se tratar do mesmo tipo de irregularidade que estaria sendo praticada no âmbito de outras duas instituições financeiras públicas: o BNDES e o BNB". O relato dele foi publicado no blog do Fausto Macedo
Em junho, o ministro do TCU Bruno Dantas determinou a suspensão de anúncio da Caixa em canais e em sites que propagam notícias falsas. A liminar foi proferida na esteira de decisão semelhante adotada pelo ministro contra o Banco do Brasil, em maio. No caso do BB, a representação do TCU apurava ingerência da Secom no comando da publicidade do banco. 
Em maio, a Polícia Federal identificou o vereador Carlos Bolsonaro como um dos articuladores de um esquema criminoso de fake news. Naquele mês, agentes cumpriram mandados de busca e apreensão contra políticos e empresários bolsonaristas, além do blogueiro Allan dos Santos, do site Terça Livre, por causa da disseminação de fake news. Um dos alvos foi a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP), que ameaçou a Corte e pediu o "impeachment" do responsável pela ação.
Também na mira das investigações, a militante bolsonarista Sara Winter ameaçou o ministro do STF Alexandre de Moraes, que autorizou a ação da PF e é relator do inquérito sobre fake news. "A gente vai descobrir os locais que você frequenta".
Dentre os alvos da operação estão os empresários bolsonaristas Luciano Hang, dono da rede de lojas Havan e Edgard Corona, fundador da Smart Fit. Além de Carla Zambelli, a corporação investiga sete deputados bolsonaristas. O  ex-deputado federal Roberto Jefferson é outro investigado. 


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