De acordo
com a denúncia do MP no âmbito da Lava Jato, o ex-governador de São Paulo
Geraldo Alckmin (PSDB) recebeu, de forma indevida, R$ 2 milhões da empreiteira
Odebrecht na campanha ao governo estadual em 2010 e R$ 9,3 milhões quando
disputou a reeleição, em 2014
Geraldo Alckmin (Foto: Paulo Whitaker/Reuters) |
247 - O Ministério
Público denunciou nesta quinta-feira (23) o ex-governador de São Paulo Geraldo
Alckmin (PSDB) por lavagem de dinheiro, falsidade ideológica eleitoral e
corrupção passiva no âmbito da operação Lava Jato. De acordo com a denúncia, o
tucano recebeu, de forma indevida, R$ 2 milhões da empreiteira Odebrecht na
campanha ao governo estadual em 2010 e R$ 9,3 milhões quando disputou a
reeleição, em 2014.
Outro denunciado foi o doleiro e delator Alvaro José Gallies Novis. Também
foram alvos da acusação seis executivos e operadores do Grupo Odebrecht -
Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Fernando
Migliaccio da Silva, Luiz Antônio Bueno Júnior, Luiz Eduardo da Rocha
Soares e Maria Lúcia Guimarães Tavares. Eles prestaram depoimentos como
colaboradores.
Em nota, a Promotoria afirmou que "os
recursos não foram registrados nas prestações de contas do candidato (falsidade
ideológica), que solicitou e recebeu vantagem indevida (corrupção passiva),
pagas pelo setor de operações estruturadas da Odebrecht, a partir do emprego de
métodos ilícitos como uso de ‘doleiros’, com o fim de ocultar a origem dos
valores e dificultar a possibilidade de seu rastreio (lavagem de
dinheiro)".
"Esses
recursos destinavam-se, num primeiro momento, ao financiamento eleitoral
indevido (não declarado) e, num momento seguinte, pós eleições, à manutenção da
influência do grupo empresarial junto ao governo", disse. O teor da
manifestação do MP foi publicado no blog do
Fausto Macedo.
O documento, subscrito pelos promotores
Everton Zanella, Fábio Bechara, João Santa Terra, Luiz Ambra e Rodrigo
Caldeira, apontou que "os relatos e provas de corroboração reunidos
revelaram centenas de atos ilícitos praticados em favor de empresas do Grupo
Odebrecht, incluindo o pagamento de forma dissimulada de vantagens a agentes
públicos e financiamentos de campanhas eleitorais, em um sofisticado esquema de
lavagem de capitais".
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