Proposta
de armistício foi feita pelo colunista Ascânio Sêleme, que dirigiu o jornal e é
ainda um de seus principais articulistas
Lula, William Bonner e Renata Vasconcellos (Foto: Brasil247 | Reprodução) |
247 – O jornal O Globo, dos irmãos Marinho, enviou neste sábado uma
proposta de paz ao Partido dos Trabalhadores, alvo de uma perseguição midiática
e judicial liderada pelo grupo nos últimos anos, que promoveu um golpe de
estado em 2016, contra a ex-presidente Dilma Rousseff, e uma eleição
presidencial manipulada em 2018, uma vez que os direitos políticos do
ex-presidente Lula foram artificialmente subtraídos por um processo de lawfare.
A bandeira branca
partiu do jornalista Ascânio Sêleme, que já dirigiu o jornal e hoje é um de
seus principais articulistas, na coluna "É hora de perdoar o PT", em
que ele argumenta que o partido já foi punido com o impeachment de Dilma e a
prisão de seus principais líderes. No artigo, Ascânio argumenta que é preciso
reconhecer que 30% dos eleitores brasileiros são de esquerda e que o PT é a
principal força político-partidária deste campo.
O aceno de paz, no entanto, não envolve
ainda nenhum tipo de autocrítica da Globo por seu papel no golpe de estado de
2016, que abriu espaço para a ascensão do bolsonarismo – fenômeno que hoje
ameaça o grupo de comunicação. Desde que chegou ao poder, Jair Bolsonaro tem
adotado postura hostil à mídia tradicional e tem estimulado o crescimento de
grupos rivais, como a CNN, aparentemente ligada ao empresário Edir Macedo.
Em seu texto, o colunista do Globo também
argumenta que não faz sentido isolar o PT, dada a sua expressividade na
sociedade brasileira. "Este agrupamento político, talvez o mais forte e
sustentável da história partidária brasileira, tem que ser readmitido no debate
nacional. Passou da hora de os petistas serem reintegrados", diz ele, que
não menciona a devolução dos direitos políticos de Lula. Ascânio também afirma
que "o ódio ao PT não faz mais sentido".
Foi
este ódio, semeado pela Globo e outros meios de comunicação, que degenerou no
bolsonarismo, um fenômeno que envergonha o Brasil aos olhos do mundo e que
ameaça a própria Globo.
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