Para
deputada, já há um pacto da direita com a extrema direita, do establishment e
da elite, para conservar Bolsonaro até 2022
Presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR) aponta negligência de Jair Bolsonaro ao estimular o fim da quarentena (Foto: Esq.: Agência Câmara / Dir.: Marcos Corrêa - PR) |
Rede Brasil Atual - A deputada federal
e presidenta do PT, Gleisi Hoffmann
(PR), defende enfaticamente a necessidade de a Câmara abrir processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro. Mesmo com o apoio que o chefe do Executivo ainda tem (de
cerca de um terço da população, apesar da crise econômica e sanitária que o
país atravessa), a parlamentar acredita que “condições favoráveis” para a
destituição de Bolsonaro não podem ser criadas pela imobilidade, mas decorrem
do debate e do embate político.
“A esquerda e a
oposição têm obrigação de denunciar e cobrar. A gente não briga só nas
condições ideais da política, temos que criar as condições para as coisas
acontecerem”, afirma. Para ela, a abertura da comissão de impeachment produziria
um debate nacional sobre o que está acontecendo com o país. “Bolsonaro tem
crimes de sobra para isso. O desgaste dele é crescente”, completa.
O número de mortes pela covid-19 (que já
se aproxima de 80 mil pessoas), o número de infectados (mais de 2 milhões), a
crise econômica, a quebradeira
de empresas, principalmente as micro e pequenas, que geram emprego.
Junto a isso, a dramática situação da área da saúde, já mais que alarmantes,
formam um quadro que ainda vai se deteriorar muito, na opinião de Gleisi. “A
Câmara vai respaldar o Bolsonaro, vai ser genocida com ele?”, questiona.
“O que queremos é que o Rodrigo Maia abra
o processo para começar o debate na sociedade”, defende. “Se a Câmara achar que
temos que fortalecer o Bolsonaro e ficar com ele, vai ser responsável pelo que
está acontecendo no país.”
Mesmo diante do fato de a oposição ter uma
bancada pequena na Câmara (cerca de 135 deputados), a deputada acredita que a
imobilidade não é a solução. “Nós não temos número para passar o impeachment.
Mas se não fizermos nada, vamos continuar não tendo.”
Até porque, de acordo com ela, os setores
conservadores estão pareados. “Já tem acordo do setor financeiro e do Centrão
com o Bolsonaro, para que a pauta do Paulo Guedes continue”, acusa.
“Eles já estão com uma grande articulação, um pacto da
direita com a extrema direita, do establishment, da elite, para
conservar Bolsonaro até 2022. Vão destruir o Estado brasileiro, destruir
a vida da maioria da população, dos trabalhadores, e nós não vamos sequer fazer
o embate?”, questiona.
Nenhum comentário:
Postar um comentário