Presidente
do TSE e também ministro do STF, Barroso ainda falou sobre o uso de artigos de
desinformação em campanhas eleitorais, em um momento em que o Supremo conduz
inquérito que apura um esquema de criação e distribuição de fake news nas
redes. "A liberdade de expressão não protege a mentira deliberada",
afirmou o ministro
Reunião do ministro Luís Roberto Barroso com os presidentes dos TRs (Foto: Abdias Pinheiro/ASCOM/TSE) |
247 - Presidente do TSE
e ministro do STF, Luís Roberto Barroso disse em entrevista à CNN que, em
sua visão, as eleições municipais de 2020 devem ser realizadas em dezembro
deste ano.
Para ele, esta data só seria ainda mais
postergada caso a curva de contágio da pandemia de Covid-19 no Brasil estivesse
"ascendente" ainda neste período. Barroso ainda disse que a
prorrogação de mandato de prefeitos e vereadores está momentaneamente
descartada.
"Certamente, mesmo que seja
inevitável o adiamento, nós faremos todo o possível, eu diria quase o
impossível, para que as eleições sejam esse ano. Se não forem esse ano nós
teríamos que prorrogar mandatos, o que nem os ministros do TSE e nem os
presidentes da Câmara e do Senado, com quem já tive conversas preliminares,
desejariam. Portanto, a hipótese da prorrogação é totalmente descartada e acho
que ela só a qualquer cogitação se nós chegarmos em dezembro com uma curva da
pandemia ainda ascendente e se representar um grave risco para a população a
realização das eleições. Acho que nós temos que fazer as eleições em
dezembro", falou.
Segundo o ministro, a previsão é de que a
decisão final sobre o adiamento das eleições aconteça ainda em junho. "Há
um prazo limite e acho que nós estamos nos aproximando desse prazo. Acho que ao
longo do mês de junho nós precisamos ter uma definição sobre as eleições
previstas para o primeiro domingo de outubro o primeiro turno e para o último
domingo de outubro o segundo turno".
Fake
News
Questionado sobre as estratégias de
combate do uso de artigos de desinformação em período eleitoral, Barroso disse
que está é uma de suas maiores preocupações. "Há um prazo limite e acho
que nós estamos nos aproximando desse prazo. Acho que ao longo do mês de junho
nós precisamos ter uma definição sobre as eleições previstas para o primeiro
domingo de outubro o primeiro turno e para o último domingo de outubro o
segundo turno".
Vale lembrar que está em andamento no STF
um inquérito que busca apurar a existência de um esquema de criação e
distribuição de fake news nas redes.
Barroso foi categórico ao dizer que a
liberdade de expressão prevista em lei não abarca a desinformação
"deliberada". "Sou um defensor de liberdade de expressão, a
liberdade de expressão não protege a mentira deliberada. Claro que não há
verdades absolutas, mas muitas coisas são evidente e objetivamente falsas, e
nós precisamos trabalhar para conter essas milícias digitais que fazem um
terrorismo moral destruindo reputações em lugar de participar do debate público
de qualidade".
Entretanto, o ministro disse que cabe ao
Legislativo definir exatamente o que são fake news e criar mecanismos de
contenção para o problema. "Não se deve ter expectativa de que por decisão
judicial se possa combater em amplo espectro as chamadas fake news".
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