Ex-senador
Roberto Requião criticou duramente a posição do ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso, que, depois de articular o golpe contra a ex-presidente Dilma
Rousseff, agora prega "tolerância" com os crimes de responsabilidade
cometidos por Jair Bolsonaro
Requião: demita Paulo Guedes, Bolsonaro |
247 – "No momento em que o Fernando Henrique, um dos
inspiradores da frente ampla, declara que devemos ter tolerância com Bolsonaro
e com os ferimentos duros à soberania do Brasil, por ele causados,temos uma
conclusão: a frente proposta não é uma frente, é uma casa de TOLERÂNCIA",
postou o ex-senador Roberto Requião, em seu twitter.
"No português
mais claro, Casa de TOLERÂNCIA é prostíbulo; frente de TOLERÂNCIA é PUTARIA!
Com meu pedido de perdão aos mais sensíveis! Mas é o que penso e
acredito", escreveu ainda Requião. Saiba mais sobre a posição de FHC:
Dirigente do PSDB e articulador do golpe
de Estado contra Dilma, Fernando Henrique Cardoso disse em entrevista à Rádio
Jornal, na sexta-feira, 26, que é preciso ter mais tolerância com Jair
Bolsonaro, colocando-se novamente contra um processo de impeachment dele, que
já cometeu diversos crimes de responsabilidades.
“Nós nos acostumamos a tirar do poder
[com] impeachment. Como agora. Eu não sei nem se tem razão. Se inventa a razão,
se cria a razão. Eu acho que tem que ter um… Se o presidente errar muito, aí
não há o que fazer (…) Nós criamos uma democracia que é relativamente jovem e
já tiramos dois presidentes. É muita coisa. Eu acho que tem que ter um pouco
mais de tolerância”, disse.
Ele foi, entretanto, um dos principais
organizadores e defensores do impeachment de Dilma Rousseff, que foi afastada
em um processo fajuto sem ter cometido nenhum crime. O impeachment de 2016 foi
um golpe que colocou a coalizão MDB-PSDB no poder e abriu o caminho, através da
campanha contra o PT, para a chegada de Bolsonaro no poder.
Todavia, ele procurou justificar o golpe
contra a ex-presidente. “A presidente Dilma, eu fui muito reticente até que não
havia mais jeito. E quando não há mais jeito? Quando o governo para de governar,
quando a rua começa a gritar e quando o governo incorre em alguma coisa da
Constituição e da lei. Tem que ter esses fatores juntos, mas não é bom”.
Enquanto defende a permanência de
Bolsonaro, que está destruindo o País e desrespeitando diversos artigos da
Constituição - além de estar ameaçando de impor uma ditadura - o golpista
defende que, no caso da Dilma, “não havia mais jeito”, porque a rua começou a
“gritar”. Ele esquece de mencionar o fato de que Bolsonaro é alvo de críticas
em todos os lugares por onde passa; que até em eventos de entretenimento, como
o carnaval, bailes funk do Rio e shows de música, o “Fora Bolsonaro” é
predominante.
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