quinta-feira, 18 de junho de 2020

Entenda o caso Queiroz


MP sustenta que, quando Flávio Bolsonaro era deputado, o atual senador nomeava assessores orientados a devolver parte de seus salários para organização criminosa, incluindo Fabrício Queiroz, que tenta explicar desde o fim de 2018 uma “movimentação atípica” de R$ 1,2 milhão, no intervalo de um ano, em suas contas
Relator vota por anular quebra de sigilos de Flávio Bolsonaro.
Relator vota por anular quebra de sigilos de Flávio Bolsonaro. (Foto: Divulgação)

247 -  Alvo principal da operação do Ministério Público do Rio desta quinta-feira, Fabrício Queiroz tenta explicar desde o fim de 2018 uma “movimentação atípica” de R$ 1,2 milhão, no intervalo de um ano, em suas contas, ponto inicial da investigação do Ministério Público (RJ) que apura a prática de "rachadinha" na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), onde Queiroz trabalhou como assessor do então deputado Flávio Bolsonaro como chefe de segurança. Queiroz foi preso em Atibaia, no interior de São Paulo e deve vir para o Rio, onde é investigado.
Reportagem do jornal O Globo relembra que, No fim de 2018, o Coaf apontou “movimentação atípica” de R$ 1,2 milhão, em 2016 e 2017, nas contas de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio. Assessores do ex-deputado estadual transferiram recursos a Queiroz em datas próximas ao pagamento de servidores da Alerj.
Questionado sobre a movimentação atípica em sua conta, Fabrício de Queiroz afirmou que suas transações financeiras eram fruto da compra e venda de veículos usados. Porém, além da movimentação de R$ 1,2 milhão, o ex-assessor da Alerj também entrou no radar do Coaf por outros R$ 5,8 milhões movimentados nos últimos três anos.
Entre as provas apresentadas para sustentar os pedidos de busca da operação contra Flávio e ex-assessores, os promotores do MP-RJ identificaram 483 depósitos de pelo menos 13 ex-assessores na conta bancária de Queiroz, por transferência, cheque ou dinheiro em espécie, num total de R$ 2 milhões. 
A reportagem ainda destaca que, ao deferir os pedidos do MP para realizar as buscas contra Flávio e ex-assessores, o juiz da 27ª Vara Criminal da Comarca do Rio afirmou que “há indícios de que houve a formação de uma organização com alto grau de permanência e estabilidade, composta por dezenas de assessores da Alerj, nomeados por Flávio Bolsonaro, para a prática de crimes de peculato (desvio de dinheiro público) e lavagem de dinheiro”.


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