O decano
do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, ficou incrédulo com
o vídeo da reunião ministerial de 22 de abril.Tudo indica que o ministro vai
autorizar a divulgação da íntegra. O decano da Suprema Corte já destacou em uma
decisão anterior não haver na democracia espaço possível reservado ao mistério
Ministro Celso de Mello (Foto: Nelson Jr./SCO/STF) |
247 - O vídeo que
é peça-chave no processo que pode caracterizar que Jair Bolsonaro cometeu crime
de responsabilidade ao tentar interferir na Polícia Federal para obter
informações sigilosas a fim de proteger seu clã, poderá ser divulgado na
íntegra. Esta é a tendência do decano do STF, ministro Celso de Mello.
Segundo O Estado de S.Paulo, o decano assistiu
ao vídeo de sua residência em São Paulo, onde cumpre o distanciamento social.
Até agora, apenas dois trechos da reunião
foram tornados públicos, conforme transcrição feita pela Advocacia-Geral da
União (AGU), que defende Bolsonaro no caso. “Já tentei trocar gente da
segurança nossa no Rio de Janeiro oficialmente e não consegui. isso acabou. Eu
não vou esperar f. minha família toda de sacanagem, ou amigo meu, porque eu não
posso trocar alguém da segurança na ponta da linha que pertence à estrutura.
Vai trocar; se não puder trocar, troca o chefe dele; não pode trocar o chefe,
troca o Ministro. E ponto final. Não estamos aqui para brincadeira”, afirmou o
presidente na ocasião.
A reunião foi marcada por palavrões, briga
de ministros, anúncio de distribuição de cargos para o Centrão e ameaça do
presidente Jair Bolsonaro de demissão “generalizada” a quem não adotasse a
defesa das pautas do governo.
O vídeo também registra o ministro da
Educação Abraham Weintraub dizendo “que todos tinham que ir para a cadeia,
começando pelos ministros do STF” e a ministra da Mulher, Família e Direitos
Humanos Damares Alves defendendo a prisão de governadores e prefeitos.
Circulam informações de que durante a
reunião foram feitos ataques à China e ministros responsabilizando o país
asiático pelo surto do novo coronavírus. O ministro das Relações Exteriores
teria usado o termo "comunavírus".
O ministro Marco Aurélio Mello, do STF,
disse que defende a divulgação integral do vídeo da reunião.
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