Secom
anunciou em meio de 2019 que gastaria R$ 37 milhões em inserções publicitárias
para promover a reforma da Previdência. Propagandas foram veiculadas em sites
de fake news, de jogos de azar, em russo, além de canais do YouTube ligados ao
próprio Bolsonaro
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Mercado desconfia que Bolsonaro vai rodar e quer rifar logo a Previdência (Foto: Adriano Machado - Reuters) |
247 - O governo
Jair Bolsonaro veiculou propagandas sobre a reforma da Previdência em sites
de fake news, de jogos de azar – incluindo jogo do bicho, que é ilegal no
Brasil -, em russo, sites e canais infantis, além do canal do YouTube ligado ao
próprio Bolsonaro. Em maio do ano passado, a Secretaria Especial de Comunicação
da Presidência (Secom) anunciou que gastaria R$ 37 milhões em inserções
publicitárias para promover a reforma da Previdência.
Segundo reportagem do jornal Folha de S.
Paulo, os dados sobre as plataformas utilizadas para promover a
reforma previdenciária foram obtidas por meio de uma determinação da
Controladoria-Geral da União (CGU), mediante uma solicitação por meio do
Serviço de Informação ao Cidadão. Segundo os dados disponibilizados, um dos
canais que mais receberam anúncios foi o Get Movies, destinado ao público
infantil e com o conteúdo totalmente em russo. Ao todo, dos 20 canais que
mais veicularam a campanha sobre a reforma da Previdência, 14 são destinados ao
público infantil ou juvenil, como o Kids Fun, Turma da Mônica e Planeta
Gêmeas.
Ainda de acordo com a reportagem, outro
site que recebeu verba da Secom para veicular as peças publicitárias foi o
resultadosdobichotemporeal.com.br, que mostra os resultados jogo ilegal. Sites
conhecidos por propagar fake news, como o Sempre Questione, também foram
beneficiados com verbas publicitárias do governo federal.
O canal do YouTube
Terça Livre, do blogueiro bolsonarista Allan dos Santos, também teria recebido
verbas oficiais para divulgar a campanha. Em depoimento à CPI das Fake em
novembro do ano passado, porém, Santos afirmou “não receber nenhum
centavo do governo".
Em nota, a Secom informou que "a
plataforma de anúncios da Google atua automaticamente a partir de parâmetros
para a entrega do conteúdo publicitário aos públicos de interesse. As
definições são abrangentes e não determinam com exatidão o local na internet em
que o anúncio será veiculado. Porém, neste caso específico, buscou-se perfis
reconhecidos pela ferramenta do Google que tenham afinidade para o tema
“Previdência” e demais correlações de acordo com sintaxe para o tema da
campanha".
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