Jornalista
Maria Christina Fernandes, colunista política do Valor Econômico, aponta que a
cassação no TSE seria o caminho mais viável para o Brasil se livrar de Jair
Bolsonaro, hoje rejeitado por 50% dos brasileiros, mas aponta o complicador
militar
Por que Bolsonaro ataca Mourão e os militares? |
247 – A jornalista Maria Christina Fernandes, colunista do Valor
Econômico e uma das melhores analistas políticas do País, aponta que o melhor
caminho para o Brasil se livrar o desastre Jair Bolsonaro é cassação da chapa
Bolsonaro-Mourão, o que abriria espaço para novas eleições. "Se
cabo, soldado e Centrão deixarem, bastam quatro votos no TSE", diz ela.
"Das saídas
constitucionais para o fim do governo Jair Bolsonaro, a da cassação da chapa
pelo Tribunal Superior Eleitoral é aquela que parece mais simples. Não carece
de convencer o capitão a renunciar, nem de alargar o funil dos 343 votos
necessários à chancela parlamentar para um processo de impeachment. Bastam
quatro votos", aponta ela, em sua coluna.
"São seis os processos que correm no
TSE. Tem de tudo lá, mas nenhuma das acusações agrega maior apelo hoje do que o
disparo de mensagens falsas. Andam com o vagar próprio dos processos da Justiça
Eleitoral, mas podem ser pressionados por duas investigações em curso. A
primeira é aquela que apura a manipulação da investigação do desvio de verbas no
gabinete do senador Flávio Bolsonaro na campanha de 2018. A segunda
investigação é aquela conduzida, no Supremo Tribunal Federal, sobre a máquina
de notícias falsas", pontua ainda a jornalista.
A lei diz que se a chapa é cassada no primeiro biênio do mandato
presidencial, faz-se nova eleição. Se for no segundo, convoca-se eleição
indireta, em até 90 dias, lembra a jornalista. "Se a pedreira é tão
grande, por que a 'opção TSE' continua sobre a mesa? Porque todas as demais
saídas parecem tão ou mais difíceis. A ver, porém, se os percalços permanecerão
em pé se o país, no balanço dos milhares de mortos e milhões de desempregados,
decidir que não dá para seguir adiante sem afastar o principal culpado",
finaliza Maria Christina Fernandes.
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