Pesquisa realizada pela CNI aponta que a perda do poder de compra já
atingiu quatro em cada dez brasileiros desde o início da pandemia. Segundo o
levantamento 23% já perderam totalmente a renda, e outros 17% tiveram redução
no ganho mensal
MP 936, que reduz salários, dificultará na retomada da economia pós-pandemia, afirma estudo da Unicamp (Foto: Reuters) |
Sputnik - Segundo pesquisa realizada pela Confederação Nacional da
Indústria (CNI) a perda do poder de compra já atingiu quatro em cada dez
brasileiros desde o início da pandemia.
A
pesquisa da CNI, encomendada ao Instituto FSB Pesquisa, e publicada nesta quinta-feira (7) mostra
que, do total de entrevistados, 23% já perderam totalmente a renda, e outros
17% tiveram redução no ganho mensal. Ou seja, quatro em cada 10 brasileiros
acima de 16 anos perderam poder de compra desde o início da pandemia.
O impacto na renda e o medo
do desemprego levaram 77% dos consumidores a reduzirem o consumo de pelo menos
um de 15 produtos testados. Apenas 23% dos entrevistados não reduziram em nada suas compras, na
comparação com o hábito anterior à pandemia.
O estudo também revela que
praticamente metade dos trabalhadores (48%) tem medo grande de perder o
emprego. Somado ao percentual daqueles que têm medo médio (19%) ou pequeno
(10%), o índice chega a 77%.
Além disso, a maioria dos
brasileiros (50% a 72%) planeja manter nível de consumo adotado durante o isolamento depois da pandemia.
Apesar das perdas
econômicas, a população brasileira segue favorável ao isolamento social (86%) e
quase todo mundo (93%) mudou sua rotina durante o período de isolamento.
Sobre
o retorno ao trabalho após o fim do isolamento social, a maior parte dos
trabalhadores formais e informais (43%) afirma sentir-se segura, enquanto 39%
se dizem mais ou menos seguros e apenas 18%, inseguros.
"As atenções dos
governos, das empresas e da sociedade devem estar voltadas, prioritariamente,
para preservar vidas. Entretanto, é crucial que nos preocupemos também com a
sobrevivência das empresas e com a manutenção dos empregos. É preciso
estabelecer uma estratégia consistente para que, no momento oportuno, seja
possível promover uma retomada segura e gradativa das atividades
empresariais", disse Robson Braga de Andrade, presidente da CNI.
Endividamento
A pesquisa também alerta
para o endividamento, que atinge mais da metade da população (53%). O
percentual é a soma dos 38% que já estavam endividados antes da pandemia e
os 15% que contraíram dívidas nos últimos 40 dias.
De
maneira geral, 9 em cada 10 entrevistados consideram grandes os impactos da
pandemia de coronavírus na economia brasileira.
O levantamento foi realizado
pelo Instituto FSB Pesquisa com 2.005 pessoas de todas as Unidades da Federação
entre os dias 02 e 04 de maio e tem margem de erro de dois pontos percentuais.
Fonte: Brasil 247
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