"Desconhecer
os crimes muito mais graves cometidos pelo presidente Jair Bolsonaro é aceitar
um perigo infinitamente maior. Não se trata de ameaça à economia. Agora é a
democracia que corre riscos", diz a colunista que apoiou o golpe de estado
contra a ex-presidente Dilma Rousseff
(Foto: Reprodução | ABr) |
247 – A jornalista
Miriam Leitão, um dos sustentáculos da tese de "pedaladas fiscais"
usada para justificar o golpe de estado contra a ex-presidente Dilma Rousseff,
voltou a apontar crimes reais – e não fictícios – cometidos por Jair Bolsonaro
e a defender seu afastamento. "O presidente Jair Bolsonaro cometeu crimes
de responsabilidade. Vários. Ele tem ameaçado a federação, tem infringido o
direito social à saúde, ameaça o livre exercício do Poder Legislativo e do Poder
Judiciário. Tanto a lei que regulamenta o afastamento do presidente, a
1079/1950, quanto a Constituição Federal estabelecem o que são os crimes de
responsabilidade. Impeachment é um julgamento político, e quem estiver na
presidência precisa apenas de 172 votos para barrá-lo. O inquérito na PGR
investiga se ele cometeu outros crimes. Até agora os depoimentos e contradições
enfraqueceram a defesa do presidente. O procurador-geral da República, Augusto
Aras, pode querer muito arquivar o inquérito, mas os indícios aumentam a cada
dia", escreveu ela, em sua coluna no Globo.
"Bolsonaro pode enfrentar um processo
de impeachment no Congresso, se o deputado Rodrigo Maia der início. Há
elementos para embasar um pedido de interrupção de mandato por crime de
responsabilidade. O Congresso pode fazer isso ou não. É processo longo e penoso.
Mas se não ocorrer, a explicação não estará em falta de crime, mas sim em algum
insondável motivo que pertence aos desvãos da política", apontou.
"Desconhecer os crimes muito mais graves cometidos pelo presidente Jair
Bolsonaro é aceitar um perigo infinitamente maior. Não se trata de ameaça à
economia. Agora é a democracia que corre riscos."
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