Jornal
dos Marinho sugere a criação de uma frente democrática, com todas as forças que
respeitem a democracia
(Foto: PR | Reprodução) |
247 – "Nestes 32 anos de vigência da Constituição de
1988 e nos 35 da saída dos militares do Planalto, não houve momentos em que a
estabilidade democrática parecesse estar por um fio", aponta editorial do
jornal O Globo, deste domingo. "Mas Jair Bolsonaro e o que pensa, quem o cerca e a
conjuntura histórica em que país e mundo se encontram passaram a ser a maior
ameaça à democracia brasileira neste período de uma geração. Ter a extrema
direita no Planalto, na democracia, é uma experiência nova que gera enormes
pressões sobre todos os poderes republicanos", aponta o editorialista.
"A sociedade
precisa encontrar a saída de uma situação em que crises provocadas pelo
presidente se sucedem e são amplificadas por manifestações, concentradas em
Brasília nas últimas semanas, nada expressivas, mas causadoras de
intranquilidades, pois são potencializadas por milícias digitais. Tudo
transcorre numa séria crise humanitária, social e de saúde pública, em que o
número de mortes já se aproxima dos 30 mil, e dentro de uma hecatombe
econômica. São ingredientes que favorecem a quem deseja criar o caos para dele
se aproveitar", prossegue o texto.
"É preciso reaprender com a História
e voltar a costurar o entendimento entre forças democráticas — mesmo com
nuances —, como na década de 70 e início dos anos 1980, desta vez para proteger
a Constituição de 1988, que tem garantido anos de estabilidade, sem a qual o
Brasil se tornará um pária no mundo. As pressões bolsonaristas contra o Supremo
são um ataque à Carta. Mas o país tem a vantagem de contar com instituições edificadas.
Não se trata mais de enfrentar a ditadura de Getúlio nem a dos generais.
Trata-se de sustentar a democracia, na qual há espaço para todos",
finaliza o editorial.
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