O
Ministro da Suprema Corte, Gilmar Mendes, diz que na briga entre Bolsonaro e
Moro ambos erraram. Para ele, o ex-juiz da Lava Jato e ex-ministro da Justiça,
Sergio Moro, não foi ético ao favorecer Bolsonaro durante a campanha eleitoral
e depois aceitar fazer parte do governo mediante a promessa de ser indicado
para o STF
Gilmar Mendes e Sergio Moro (Foto: Giuliana Miranda) |
247 - O Ministro do STF Gilmar Mendes voltou a criticar o ex-juiz e
ex-ministro Sergio Moro, afirmando ter ficado em dúvida se o ex-juiz da Lava
Jato fez uma opção correta ao aceitar o cargo de ministro da Justiça, ao ser
convidado por Bolsonaro logo após as eleições. E enfatizou que Moro estava
integrado ao movimento do então candidato desde a campanha e fez uma decisão
"eticamente complicada".
Gilmar relembra
que chamou a atenção para isso quando Moro vazou as declarações de Antonio
Palocci para favorecer a candidatura de Bolsonaro.
O Ministro acusa Moro de ter feito uma
opção ferindo a ética, de ir para o governo de um adversário cuja prisão ele
tinha decidido, no caso do Lula.
Sobre a crise entre Bolsonaro e Moro,
Gilmar Mendes opina que "houve vários erros" de ambos e as escolhas
"não foram felizes". Para Bolsonaro, o erro de convidar Moro como
"prêmio" por sua atuação, e de Moro por aceitar o cargo com uma
oferta de vaga para o STF no futuro.
As declarações foram dadas à jornalista Isabella Macedo no Globo. Na
entrevista, Gilmar Mendes defende o STF e rechaça versão de que há complô
contra o Poder Executivo. Para o Ministro da Suprema Corte, as decisões do STF
contra atitudes do governo Bolsonaro são justificadas pois foram tomadas em
"contextos específicos'.
O STF está no alvo de ataques do inquilino
do Palácio do Planalto e dos seus seguidores, que realizam sucessivas
manifestações nas ruas exigindo a intervenção e o fechamento do Poder
Judiciário.
Gilmar Mendes afirma que uma decisão como
por exemplo a do Ministro Alexandre de Moraes contra a indicação do
diretor-geral da Polícia Federal foi tomada em "contexto muito específico
de uma crise interna do próprio Executivo". Ele nega que exista um
complô ou qualquer tentativa de qualquer dos Poderes para frustrar a legítima
competência e os poderes que o presidente tem exercendo o cargo de chefe
Executivo.
Gilmar Mendes criticou a falta de
agilidade no combate ao novo coronavírus e pediu mais união e diálogo. Ele diz
que o Congresso se movimentou para permitir que o governo gaste mais com o
Orçamento de Guerra, que deve ser votado ainda hoje na Câmara, mas que é
preciso que todos ajudem, inclusive o setor produtivo.
O Ministro criticou a atuação das milícias
virtuais e a disseminação de notícias falsas.
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