quinta-feira, 28 de maio de 2020

Estadão repudia ataques ao STF: 'arreganho do bolsonarismo'


Ataques sistemáticos dos bolsonaristas à suprema corte, estimulados pelo inquilino do Palácio do Planalto, não condizem "com a vida numa sociedade democrática", escreve o Estadão em editorial. O jornal apela para que "recaia todo o peso da lei" sobre os "celerados que defendem o fechamento do Supremo"
(Foto: Dorivan Marinho/SCO/STF | Reprodução)

247 - "Contando com a conivência (quando não com o estímulo) do presidente Jair Bolsonaro, seus camisas pardas travestidos de patriotas têm proferido sistemáticos ataques aos integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) porque aquela Corte ousa impedir o arbítrio bolsonarista", escreve o Estado de S.Paulo em editorial. 
"Sem serem advertidos por seu líder de que tal comportamento não condiz com a vida numa sociedade democrática, esses celerados defendem o fechamento do Supremo em manifestações das quais participa o próprio presidente". 
Os "arreganhos liberticidas do bolsonarismo radical", contudo, não intimidam a corte suprema, na visão do jornal
O Estadão ressalta o papel do ministro Celso de Mello, que tem sido o mais recente alvo das agressões bolsonaristas. O editorial cita o decano do STF: “Sem um Poder Judiciário independente, que repele injunções marginais e ofensivas ao postulado da separação de Poderes emanadas de mentes autoritárias que buscam ilegitimamente controlar o exercício da jurisdição, jamais haverá cidadãos livres nem regime político fiel aos princípios e valores que consagram o primado da democracia”.
O editorial comenta também a reação do STF como um todo. "O Supremo, assim, dá uma resposta serena, porém firme, aos inconformados com a redemocratização do Brasil depois de duas décadas de ditadura. Democracia, malgrado seja o regime baseado na mais plena liberdade, não confere direitos ilimitados a ninguém, nem ao presidente da República nem a seus exaltados devotos – ao contrário, todos e cada um, a começar pelo chefe do Executivo, devem responder pelos seus atos, na exata medida da lei", diz o editorial, que conclui com um apelo veemente: "que sobre eles [bolsonaristas radicais] recaia todo o peso da lei – pois é assim que a democracia funciona".


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