Ataques
sistemáticos dos bolsonaristas à suprema corte, estimulados pelo inquilino do
Palácio do Planalto, não condizem "com a vida numa sociedade
democrática", escreve o Estadão em editorial. O jornal apela para que
"recaia todo o peso da lei" sobre os "celerados que defendem o
fechamento do Supremo"
(Foto: Dorivan Marinho/SCO/STF | Reprodução) |
247 - "Contando
com a conivência (quando não com o estímulo) do presidente Jair Bolsonaro, seus
camisas pardas travestidos de patriotas têm proferido sistemáticos ataques aos
integrantes do Supremo Tribunal Federal (STF) porque aquela Corte ousa impedir
o arbítrio bolsonarista", escreve o Estado de S.Paulo em editorial.
"Sem serem advertidos por seu líder
de que tal comportamento não condiz com a vida numa sociedade democrática,
esses celerados defendem o fechamento do Supremo em manifestações das quais
participa o próprio presidente".
Os "arreganhos liberticidas do
bolsonarismo radical", contudo, não intimidam a corte suprema, na visão do jornal.
O Estadão ressalta
o papel do ministro Celso de Mello, que tem sido o mais recente alvo das
agressões bolsonaristas. O editorial cita o decano do STF: “Sem um Poder
Judiciário independente, que repele injunções marginais e ofensivas ao
postulado da separação de Poderes emanadas de mentes autoritárias que buscam
ilegitimamente controlar o exercício da jurisdição, jamais haverá cidadãos
livres nem regime político fiel aos princípios e valores que consagram o
primado da democracia”.
O editorial comenta também a reação do STF
como um todo. "O Supremo, assim, dá uma resposta serena, porém firme, aos
inconformados com a redemocratização do Brasil depois de duas décadas de
ditadura. Democracia, malgrado seja o regime baseado na mais plena liberdade,
não confere direitos ilimitados a ninguém, nem ao presidente da República nem a
seus exaltados devotos – ao contrário, todos e cada um, a começar pelo chefe do
Executivo, devem responder pelos seus atos, na exata medida da lei", diz o
editorial, que conclui com um apelo veemente: "que sobre eles
[bolsonaristas radicais] recaia todo o peso da lei – pois é assim que a
democracia funciona".
Nenhum comentário:
Postar um comentário