quinta-feira, 28 de maio de 2020

Apucarana investe na cafeicultura moderna


Visando fortalecimento da cultura no município, prefeitura adquiriu uma máquina plantadeira e o governo do Estado uma colhetadeira, que já é operacionalizada pela Associação dos Cafeicultores 
(Fotos: PMA)

Ainda se recuperando da geada de 2013, que dizimou cerca de 70% dos cafezais do município, os produtores apucaranenses iniciam a colheita da safra 2020 com otimismo. O cafeicultor Mauro Machado, que cultiva 13 hectares no Distrito de Pirapó, projeta uma boa produção. “A geada de sete anos atrás trouxe muito desânimo para todos, mas aos poucos estamos nos recuperando e, este ano vou ter uma produção muito boa em minha propriedade”, relata Machado, que também é presidente da Associação de Cafeicultores de Apucarana, que reúne 197 agricultores. Segundo ele, a colheita do café no município deve se estender até agosto.
Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, após a geada de 2013 a área cultivada no município despencou de 4.190 hectares para apenas 910 no ano seguinte. Atualmente, com esforços coordenados entre a Secretaria da Agricultura da Prefeitura de Apucarana e IDR/IAPAR/EMATER, órgãos do Governo do Paraná, a área de plantio já ultrapassa os 1.600 hectares. “Recentemente, recebemos a cessão de uma plantadeira automática da prefeitura, que tem sido de grande valia. O prefeito Júnior da Femac tem abraçado a causa e ajudado muito”, relata o cafeicultor Mauro Machado, reconhecendo o apoio da prefeitura, que tem desenvolvido uma série de ações através do Programa de Incentivo à Cafeicultura – junto ao Programa Municipal Terra Forte – visando auxiliar no replantio de áreas e potencialização da produção cafeeira.
A opção atual, afirma o secretário municipal de Agricultura, José Luiz Porto, é produzir café com tecnologia. “A gestão Beto Preto/Júnior da Femac já formou e repassou de forma subsidiada aos nossos cafeicultores mais de 500 mil mudas selecionadas de alta produtividade, da variedade IPR 100/IAPAR, que é resistente à ferrugem e nematóide. Além disso, o Município adquiriu uma máquina plantadeira e o governo do Estado uma colhetadeira. Com isso, o cultivo mecanizado já é uma realidade”, ressalta Porto.
De acordo com o secretário, o trabalho é desenvolvido através de uma parceria com o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). “Os maquinários foram cedidos em comodato para a Associação dos Cafeicultores do Pirapó, que faz o agendamento junto aos produtores. É Apucarana incentivando a cafeicultura moderna”, explica Porto, assinalando que além de suprir a falta de mão-de-obra, a disponibilização dos maquinários tem incentivado a retomada do café, com a expansão da área cultivada e a diminuição dos custos de produção.
Além da questão econômica, os programas municipais visam resgatar uma atividade que tem um significado muito especial para os apucaranenses. “Estamos cuidando de uma cultura que formou a nossa cidade, tendo seu apogeu nas décadas de 60 e 70, mas mesmo depois da geada negra de 1975, nunca perdeu sua importância, encontrando em Apucarana uma das melhores terras do Brasil”, contextualiza o prefeito Júnior da Femac, destacando que o município e o Vale do Ivaí têm sua história intimamente ligada à produção cafeeira. “Tradição que até os dias de hoje rende seguidos prêmios de qualidade aos nossos cafeicultores”, pontua Júnior da Femac.
Além da percepção dos próprios agricultores, a recuperação da cultura em Apucarana também pode ser medida pelo Valor Bruto de Produção (VBP). “Em 2013, o café gerou um VBP de R$ 32 milhões, cifra que caiu em 2014, logo após a geada, para R$ 3 milhões. Em 2018, o VBP do café em Apucarana já era de R$ 17 milhões”, compara Júnior da Femac. Ele recorda que logo após o episódio climático o então prefeito Beto Preto reuniu a equipe para definir ações para amenizar a crise no setor. “Foi neste cenário que ele criou a Secretaria Municipal de Agricultura, que não existia e funcionava junto à Secretaria de Indústria e Comércio, e deu início em 2014 ao Programa Terra Forte. Ao mesmo tempo em que o Município ofereceu incentivos para a retomada dos cafezais, foi introduzida a fruticultura como uma forma de diversificação da propriedade”, recorda o prefeito de Apucarana.
 

Nenhum comentário:

Postar um comentário