Visando fortalecimento
da cultura no município, prefeitura adquiriu uma máquina plantadeira e o
governo do Estado uma colhetadeira, que já é operacionalizada pela Associação
dos Cafeicultores
(Fotos: PMA) |
Ainda se
recuperando da geada de 2013, que dizimou cerca de 70% dos cafezais do
município, os produtores apucaranenses iniciam a colheita da safra 2020 com
otimismo. O cafeicultor Mauro Machado, que cultiva 13 hectares no Distrito de
Pirapó, projeta uma boa produção. “A geada de sete anos atrás trouxe muito
desânimo para todos, mas aos poucos estamos nos recuperando e, este ano vou ter
uma produção muito boa em minha propriedade”, relata Machado, que também é
presidente da Associação de Cafeicultores de Apucarana, que reúne 197
agricultores. Segundo ele, a colheita do café no município deve se estender até
agosto.
Segundo dados do Departamento de Economia
Rural (Deral) da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento, após a
geada de 2013 a área cultivada no município despencou de 4.190 hectares para
apenas 910 no ano seguinte. Atualmente, com esforços coordenados entre a
Secretaria da Agricultura da Prefeitura de Apucarana e IDR/IAPAR/EMATER, órgãos
do Governo do Paraná, a área de plantio já ultrapassa os 1.600 hectares.
“Recentemente, recebemos a cessão de uma plantadeira automática da prefeitura,
que tem sido de grande valia. O prefeito Júnior da Femac tem abraçado a causa e
ajudado muito”, relata o cafeicultor Mauro Machado, reconhecendo o apoio da prefeitura,
que tem desenvolvido uma série de ações através do Programa de Incentivo à
Cafeicultura – junto ao Programa Municipal Terra Forte – visando auxiliar no
replantio de áreas e potencialização da produção cafeeira.
A opção atual, afirma o secretário
municipal de Agricultura, José Luiz Porto, é produzir café com tecnologia. “A
gestão Beto Preto/Júnior da Femac já formou e repassou de forma subsidiada aos
nossos cafeicultores mais de 500 mil mudas selecionadas de alta produtividade,
da variedade IPR 100/IAPAR, que é resistente à ferrugem e nematóide. Além
disso, o Município adquiriu uma máquina plantadeira e o governo do Estado uma
colhetadeira. Com isso, o cultivo mecanizado já é uma realidade”, ressalta
Porto.
De acordo com o secretário, o trabalho é desenvolvido
através de uma parceria com o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e
Extensão Rural (Emater). “Os maquinários foram cedidos em comodato para a
Associação dos Cafeicultores do Pirapó, que faz o agendamento junto aos
produtores. É Apucarana incentivando a cafeicultura moderna”, explica Porto,
assinalando que além de suprir a falta de mão-de-obra, a disponibilização dos
maquinários tem incentivado a retomada do café, com a expansão da área
cultivada e a diminuição dos custos de produção.
Além da questão econômica, os programas
municipais visam resgatar uma atividade que tem um significado muito especial
para os apucaranenses. “Estamos cuidando de uma cultura que formou a nossa
cidade, tendo seu apogeu nas décadas de 60 e 70, mas mesmo depois da geada
negra de 1975, nunca perdeu sua importância, encontrando em Apucarana uma das
melhores terras do Brasil”, contextualiza o prefeito Júnior da Femac,
destacando que o município e o Vale do Ivaí têm sua história intimamente ligada
à produção cafeeira. “Tradição que até os dias de hoje rende seguidos prêmios
de qualidade aos nossos cafeicultores”, pontua Júnior da Femac.
Além da percepção dos próprios
agricultores, a recuperação da cultura em Apucarana também pode ser medida pelo
Valor Bruto de Produção (VBP). “Em 2013, o café gerou um VBP de R$ 32 milhões,
cifra que caiu em 2014, logo após a geada, para R$ 3 milhões. Em 2018, o VBP do
café em Apucarana já era de R$ 17 milhões”, compara Júnior da Femac. Ele
recorda que logo após o episódio climático o então prefeito Beto Preto reuniu a
equipe para definir ações para amenizar a crise no setor. “Foi neste cenário
que ele criou a Secretaria Municipal de Agricultura, que não existia e
funcionava junto à Secretaria de Indústria e Comércio, e deu início em 2014 ao
Programa Terra Forte. Ao mesmo tempo em que o Município ofereceu incentivos
para a retomada dos cafezais, foi introduzida a fruticultura como uma forma de
diversificação da propriedade”, recorda o prefeito de Apucarana.
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