quinta-feira, 30 de abril de 2020

Teich admite que Brasil pode ter mais de mil mortes por dia e diz que regras para fim da quarentena estão prontas


"O número de 1.000, se estivermos num movimento, num crescimento significativo da pandemia, é um número que é possível acontecer", disse o ministro da Saúde, ao mesmo tempo que anunciou o afrouxamento do isolamento social: “o mundo inteiro está fazendo isso”
Nelson Teich
Nelson Teich (Foto: Agência Brasil)

247 - O ministro da Saúde, Nelson Teich, admitiu em coletiva de imprensa nesta quinta-feira 30 que o número de vítimas fatais em razão da Covid-19 no Brasil pode ultrapassar de mil por dia.
No entanto, segundo ele, isso ocorrerá não por conta da quebra crescente do isolamento verificada em vários estados e defendida por Jair Bolsonaro, mas pelo movimento de aumento do número de óbitos.
"Em relação a um possível número de mortes, hoje a gente está perto de 500 mortes, 400. O número de 1.000, se estivermos num movimento, num crescimento significativo da pandemia, é um número que é possível acontecer. Não quer dizer que vai acontecer. A gente tem que acompanhar a cada dia para ver o que está acontecendo para tomar as decisões", disse Teich.
De acordo com balanço desta quinta-feira do Ministério da Saúde, o país registra 5.901 mortes em razão da doença no país, sendo 435 mortes nas últimas 24 horas.
Ao mesmo tempo, o ministro informou que as diretrizes para o afrouxamento da quarentena estão prontas, e o governo só avalia a melhor forma de anunciar. “Isso já foi feito, a questão agora é como veicular para que não se torne motivo de discórdia”, disse.
Segundo ele, não se trata de nada inovador, apenas segue o que outros países já estão fazendo, sem citar, no entanto, quais países, para efeitos de comparação com o Brasil sobre o andamento da pandemia. “Ninguém vai chegar aqui com uma coisa milagrosa, que nunca se viu antes. O mundo inteiro está fazendo isso. Várias cidades, que nem estão com a curva caindo, estão adotando a flexibilidade”, afirmou.
O número de mortos por dia, de acordo com ele, não é parâmetro para definir essa política. “O número de mortes adicional é muito triste. Mas não é porque eu tenho essa alteração do número de mortes que uma apolítica vai mudar. Então não adianta ficar escalando quantos morrem a mais todo dia, a política não é em função disso, é em função do grau de crescimento e da heterogeneidade que o país tem”, disse.


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