"O
número de 1.000, se estivermos num movimento, num crescimento significativo da
pandemia, é um número que é possível acontecer", disse o ministro da
Saúde, ao mesmo tempo que anunciou o afrouxamento do isolamento social: “o
mundo inteiro está fazendo isso”
Nelson Teich (Foto: Agência Brasil) |
247 - O ministro
da Saúde, Nelson Teich, admitiu em coletiva de imprensa nesta quinta-feira 30
que o número de vítimas fatais em razão da Covid-19 no Brasil pode ultrapassar
de mil por dia.
No entanto, segundo ele, isso ocorrerá não
por conta da quebra crescente do isolamento verificada em vários estados e
defendida por Jair Bolsonaro, mas pelo movimento de aumento do número de
óbitos.
"Em relação a um possível número de
mortes, hoje a gente está perto de 500 mortes, 400. O número de 1.000, se
estivermos num movimento, num crescimento significativo da pandemia, é um
número que é possível acontecer. Não quer dizer que vai acontecer. A gente tem
que acompanhar a cada dia para ver o que está acontecendo para tomar as
decisões", disse Teich.
De acordo com balanço desta quinta-feira
do Ministério da Saúde, o país registra 5.901 mortes em razão da doença no
país, sendo 435 mortes nas últimas 24 horas.
Ao mesmo tempo, o ministro informou que as
diretrizes para o afrouxamento da quarentena estão prontas, e o governo só
avalia a melhor forma de anunciar. “Isso já foi feito, a questão agora é como
veicular para que não se torne motivo de discórdia”, disse.
Segundo ele, não se trata de nada
inovador, apenas segue o que outros países já estão fazendo, sem citar, no
entanto, quais países, para efeitos de comparação com o Brasil sobre o
andamento da pandemia. “Ninguém vai chegar aqui com uma coisa milagrosa, que
nunca se viu antes. O mundo inteiro está fazendo isso. Várias cidades, que nem
estão com a curva caindo, estão adotando a flexibilidade”, afirmou.
O número de mortos por dia, de acordo com
ele, não é parâmetro para definir essa política. “O número de mortes adicional
é muito triste. Mas não é porque eu tenho essa alteração do número de mortes
que uma apolítica vai mudar. Então não adianta ficar escalando quantos morrem a
mais todo dia, a política não é em função disso, é em função do grau de
crescimento e da heterogeneidade que o país tem”, disse.
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