segunda-feira, 9 de março de 2020

Refis do IPVA: PR estuda forma pra inadimplentes pagarem imposto

Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo / Arquivo


Uma das receitas mais importantes do estado, o Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) pode em breve ter um Programa de Recuperação Fiscal (Refis) próprio. (Aqui).
“Estamos estudando se faz sentido criar algum mecanismo, um projeto de lei que possibilite o pagamento do IPVA atrasado, uma regularização com alguma facilidade”, explica o secretário de estado da Fazenda, Renê Garcia Júnior. A ideia foi inicialmente citada pelo secretário no fim da última prestação de contas na Assembleia Legislativa, em fevereiro.
O secretário explica que ao longo de um ano, a inadimplência chega a ser de 8%, 9% e às vezes ultrapassa os 10%, mas depois o índice cai. “Após um atraso, no terceiro ano o cidadão vai lá e paga, chega a cair pra 3%”, afirma. “Com motos, no entanto, a inadimplência é grande, bem mais elevada. Somando IPVA e DPVAT pode chegar a 30%”, completa.
Da frota de 7,4 milhões de veículos, pouco mais de 1 milhão são motocicletas. Além das motos, o que preocupa Garcia Júnior são os automóveis usados para aplicativos de transporte individual, como Uber, 99 e Cabify. “Tenho certa preocupação com a quantidade de carros operando em compartilhamento, um certo atraso sistemático, pela baixa geração de receita nessa modalidade”, explica.
Em 2019, o Paraná arrecadou R$ 3,7 bilhões com o IPVA, o que representou mais de 7% de tudo que entrou nos cofres estaduais.
O Refis do IPVA não é uma ideia nova no país. Estados como Ceará e Sergipe aprovaram os seus recentemente. “No Confaz [Conselho Nacional de Política Fazendária] a gente discute experiências e não teve grande impacto [os Refis dos estados nordestinos]. Mas é importante inibir a prática do não pagamento, leniência com a sonegação. É muito dinheiro e metade disso é dos municípios, que têm interesse”.
Lei perdoa dívida após 5 anos
Desde o fim de 2017, uma lei perdoa as dívidas do IPVA vencidos há mais de cinco anos. O projeto do Executivo à época alegou que os custos para cobrar as dívidas eram maiores do que as despesas judiciais e destinação de esforços de funcionários. Entre 2010 e 2012, por exemplo, foram perdoados R$ 223,4 milhões de quase 700 mil débitos.
A legislação segue em vigor e não deve ser alterada mesmo que um projeto do Refis aconteça, diz Garcia Júnior. “Ela é aplicada no caso dos tributos não inscritos na dívida ativa. Normalmente têm valor baixo, coisa de R$ 200, R$ 300”, afirma. Após a virada do ano em que o imposto foi cobrado, quem não pagou pode ser inscrito como devedor.
O não pagamento do IPVA impede a emissão do licenciamento anual do veículo e quando o licenciamento está atrasado o motorista está sujeito a multa e até remoção do veículo em uma eventual blitz, conforme prevê o Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Para recuperar o automóvel é preciso pagar todos os débitos do veículo (IPVA, licenciamento anual, multas de trânsito, guincho e diárias no pátio).
Fonte: Tribuna do PR


Nenhum comentário:

Postar um comentário