O
economista e filósofo Eduardo Giannetti da Fonseca, um dos mais respeitados do
país, adverte: a estratégia de Bolsonaro contra o coronavírus pode levar a “uma
situação de privação material gravíssima. A próxima onda de descontentamento já
está começando a se erguer”
Eduardo Gianetti e Jair Bolsonaro (Foto: Fronteiras do Pensamento/Greg Salibian | Isac Nóbrega/PR) |
247 - “Podemos ter uma situação de privação material
gravíssima. A próxima onda de descontentamento já está começando a se erguer”,
diz o economista e filósofo Eduardo Giannetti da Fonseca, um dos mais
respeitados do país, sobre a estratégia bolsonarista de combate ao coronavírus,
em entrevista à jornalista Érica Fraga na Folha de S.Paulo.
O olhar de
Gianetti sobre Bolsonaro converge com a avaliação que se generaliza em todo
mundo, da China à Europa, exceto para Trump: “Se esta crise tiver como efeito
colateral a corrosão, a destruição e a redução a pó dessa direita populista,
ela não terá sido totalmente perdida. Lideranças desse tipo colocam em risco à
humanidade”.
O negacionismo de Bolsonaro na pandemia,
com a mesma lógica da negação das mudanças climáticas, mas com efeitos
políticos nefastos para o líder da extrema-direita: “É uma postura negacionista
igualzinha à que eles têm em relação à mudança climática, o mesmo menosprezo
pela ciência. Mas com uma diferença: a temporalidade da pandemia não é a mesma
da mudança climática.” Ele acrescenta: “Houve uma perda, possivelmente
irreparável, de capital político pelo equívoco
cometido diante da crise atual”.
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