De acordo com laudo da Polícia Civil do Rio, o áudio da portaria do condomínio Vivendas da Barra (RJ) não passou por edição e a pessoa que autorizou a entrada do ex-PM Élcio de Queiroz no local foi o policial reformado Ronnie Lessa. Os dois estão presos sob a acusação de terem cometido o crime
(Foto: REUTERS/Adriano Machado | Reprodução | Mídia Ninja) |
247 - Um laudo da Polícia Civil concluiu que a voz do porteiro responsável por liberar a entrada do ex-policial militar Élcio de Queiroz no condomínio Vivendas da Barra (RJ), no dia do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), não é a do funcionário que citou Jair Bolsonaro aos investigadores da Delegacia de Homicídios (DH). De acordo com o documento, o áudio da portaria não passou por edição e a pessoa que autorizou a entrada de Élcio no condomínio foi o policial reformado Ronnie Lessa. Tanto Élcio quanto Lessa estão presos sob a acusação de terem cometido o crime. O teor do laudo foi publicado pelo jornal O Globo.
Em depoimento, no ano passado, um dos porteiros afirmou que Bolsonaro havia liberado a entrada de Élcio no condomínio. Depois, ele voltou atrás. A perícia no áudio da portaria, iniciada em 13 de janeiro deste ano, confirmou que outro funcionário foi quem interfonou para Lessa, vizinho de Bolsonaro.
O crime aconteceu em 14 de março de 2018, por volta das 21h15. A gravação foi às 17h07m42s do mesmo dia, quatro horas antes da execução. No arquivo analisado, nesta mesma hora, o áudio da portaria captou o som da discagem das teclas 6 e 5 feita pelo porteiro, números da casa de Ronnie Lessa. No dia do crime Bolsonaro estava em Brasília (DF).
A ex-vereadora Marielle Franco foi morta pelo crime organizado. Ela era ativista de direitos humanos e denunciava a violência cometidas por policiais nas favelas, bem como a atuação de milícias nas periferias. Os criminosos efetuaram os disparos em um lugar sem câmeras no município do Rio e haviam perseguido o carro dela por cerca de três quilômetros.
Morreu no último domingo (9) o ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega Silva, que integrava o Escritório do Crime, grupo de matadores de aluguel, sendo formado por assassinos profissionais e suspeito de envolvimento com a morte de Marielle. A mãe dele trabalhou no gabinete do atual senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) quando o parlamentar era deputado estadual no Rio.
O congressista fez homenagens ao ex-policial e Jair Bolsonaro também classificou ele como "brilhante oficial".
De acordo com registros da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Flávio Bolsonaro foi o único a votar contra a proposta de Marcelo Freixo (PSOL) quando o pessolista era deputado estadual, para conceder a medalha Tiradentes em homenagem à vereadora. Atualmente, Freixo é deputado federal.
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