A proposta de concessão do título provocou um grande
debate na CCJ no final do ano passado, quando o projeto recebeu parecer
favorável do deputado Delegado Jacovós (PL), relator da matéria. A proposta é de autoria do deputado Cobra Repórter (PSD).
Hang: Líder da bancada de oposição apresentou voto em separado contra homenagem a empresário (Foto: reprodução/You Tube) |
A Comissão de
Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa faz na quarta-feira (05) sua
primeira reunião do ano já com uma pauta polêmica. Trata-se de proposta de
concessão do título de Cidadão Honorário do Paraná para o empresário
catarinense Luciano Hang, dono da rede de lojas de departamentos Havan. Autor
da proposta, o deputado Cobra Repórter (PSD) afirma que o objetivo é reconhecer
a disposição de Hang em investir no Paraná, gerando empregos e estimulando o
desenvolvimento estadual. A proposta de concessão do título provocou um grande
debate na CCJ no final do ano passado, quando o projeto recebeu parecer
favorável do deputado Delegado Jacovós (PL), relator da matéria.
O deputado Tadeu Veneri (PT), líder da Oposição, pediu vista, e na reunião
seguinte apresentou voto em separado. Ele entende que a homenagem não deve
prosperar porque não cumpre as normas estabelecidas em lei estadual e sugeriu a
ampliação do debate sobre o tema. Novo pedido de vista, desta vez dos deputados
Marcio Pacheco (PDT), Maria Victoria (PP) e Tião Medeiros (PTB) adiou, mais uma
vez, a votação do relatório de Jacovós.
Veneri lembra que
entre as exigências da lei para a concessão de títulos de cidadania honorária
estão a comprovação de reputação ilibada e conduta profissionais e pessoal
irrepreensíveis, contribuição do homenageado com as ciências, letras, artes ou
cultura em geral e realização de atividades filantrópicas. Para o líder
oposicionista, Hang não contribuiu com as ciências, letras, artes ou cultura e
nem exerce qualquer ação filantrópica. E desrespeita os postulados
democráticos, comprometendo a postura ética exigida para merecer a homenagem. “Não
é razoável que o Estado do Paraná, enquanto ente público, permita oferecer em
seu nome, através da Assembleia Legislativa, honraria de qualquer natureza a um
cidadão que, como declaradamente faz o senhor Luciano Hang, desqualifica,
menospreza e desconhece o alcance e a importância do conjunto de suas
instituições”, considera Veneri.
Durante a campanha eleitoral de 2018, Hang
foi processado pelo Ministério Público do Trabalho, sob a acusação de
constranger funcionários a votarem na candidatura de Jair Bolsonaro à
Presidência da República. Na ocasião, ele distribuiu texto aos empregados da
empresa dizendo que poderia fechar lojas caso seu candidato não fosse eleito.
Hang acabou fazendo um acordo com a Justiça para evitar pagar uma indenização
de R$ 100 milhões.
Fonte:
Bem Paraná
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