Jair
Bolsonaro reagiu aos editoriais dos meios de comunicação que o apontaram como
inimigo da democracia e indicaram que ele quebrou o decoro ao insultar a
jornalista Patrícia Campos Mello
Bolsonaro, Patrícia Campos Mello e capa da Istoé (Foto: Marcos Corrêa/PR) |
247 - Com uma
frase postada em sua conta oficial no Twitter na tarde desta quinta-feira 20,
Jair Bolsonaro reagiu aos editoriais dos meios de comunicação que o apontaram
como inimigo da democracia e indicaram que ele quebrou o decoro ao insultar a
jornalista Patrícia Campos Mello, da Folha de S.Paulo.
O Globo
publicou nesta manhã: "o ataque à imprensa profissional e as
torpes agressões a Patrícia Campos Mello, jornalista da 'Folha de S.Paulo', são
parte de um desejo autoritário de garrotear as instituições. Nada é por acaso.
A radicalização avança com suporte nas redes, onde atuam milicianos digitais
facilmente identificados. Trata-se de um fenômeno, de antes dos nossos tempos,
em que autoritários já chegavam ao poder usando os canais da democracia — o
voto, a representação popular — para destruir por dentro a própria
democracia".
Em nota, a
Folha disse: "o presidente da República agride a repórter
Patrícia Campos Mello e todo o jornalismo profissional com a sua atitude.
Vilipendia também a dignidade, a honra e o decoro que a lei exige do exercício
da Presidência".
Já o Estado de
S.Paulo, também em editorial nesta quinta intitulado
"Descontrole total", publicou que "já não é mais possível dizer
que o presidente Bolsonaro está 'testando os limites' da democracia e do
decoro, pois estes há muito tempo foram superados".
A revista
Istoé, em edição antecipada, pediu abertamente o impedimento de
Bolsonaro. A edição estampou em sua capa: 'de acordo com a Constituição, o
chefe de Estado já deu caudalosas razões para a abertura de processo de
impeachment. Cabe agora aos demais poderes o papel e o dever de investigar e
julgar a conduta do inquilino do Planalto".
A frase de Bolsonaro foi postada também um
dia depois de o ministro general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança
Institucional (GSI), radicalizar contra o Congresso Nacional, em uma declaração
em que ele não sabia que estava sendo ouvido. “Não podemos aceitar esses caras
(o Congresso) chantagearem a gente o tempo todo. Foda-se”, disse ele a
Bolsonaro. Depois defendeu que Bolsonaro “convoque o povo às ruas” para
afrontar o Congresso.
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