"Vamos
perder mercado por causa de uma decisão política [do governo Jair Bolsonaro].
Se o lado americano é mais confortável, o governo brasileiro deveria ser neutro
nessa questão, e não tomar partido", afirmou Romana Dovganyuk, presidente
da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Irã
247 - A subserviência do
governo Jair Bolsonaro ao apoiar a ação dos Estados Unidos contra o Irã já
gerou desconforto diplomático com o país e pode resultar na perda de cerca de
US$ 1 bilhão em exportações para o Irã somente este ano.
"Vamos perder mercado por causa de
uma decisão política. Se o lado americano é mais confortável, o governo
brasileiro deveria ser neutro nessa questão, e não tomar partido", afirmou
Romana Dovganyuk, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Irã, em
entrevista ao jornal O Globo.
Segundo ela, com o aumento das encomendas
de produtos como milho, soja, carne bovina, café e outras commodities
agrícolas, a balança comercial brasileira registraria um superávit recorde
acima de US$ 3 bilhões em 2020. Mas, ao contrário do que disse Bolsonaro, ao
afirmar que iria manter o comércio com o Irã, haverá perdas econômico-comerciais
por motivos políticos.
A nota do governo
brasileiro que apoiou publicamente o assassinato, no Iraque, do general
iraniano Qassem Soleimani, é apontada como a principal causa desse
descontentamento por parte dos iranianos. A nota levou o governo do país a
convocar o representante do Brasil em Teerã para dar explicações.
Romana advertiu que os importadores
iranianos têm como mercados alternativos a Ucrânia, a Rússia e o Cazaquistão.
São países fornecedores de alimentos que poderiam substituir o Brasil.
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