A julgar
pelo comportamento dos veículos de comunicação da mídia corporativa, que foram
parceiros da Lava Jato nos últimos anos, o jornalista Glenn Greenwald, editor
do Intercept que foi alvo de uma clara tentativa de intimidação, pode colocar
as barbas de molho
(Foto: Alessandro Dantas/PT) |
247 – O jornalista
Glenn Greenwald, editor do site The Intercept que ontem foi alvo de uma clara
tentativa de intimidação, ao ser denunciado pelo Ministério Público Federal de
associação criminosa com os hackers que teriam invadido os celulares de
autoridades públicas ligadas à força-tarefa da Lava Jato, pode colocar as
barbas de molho. Isso porque a imprensa brasileira, que é também atingida por
este ataque à liberdade de expressão, que atinge Glenn hoje, mas pode ter
outros alvos no dia de amanhã, foi extremamente pusilâneme diante desta nova
agressão à democracia. O caminho escolhido foi o de uma suposta objetvidade e
neutralidade – o que significa tomar o lado do arbítrio.
Tanto Folha de S. Paulo, Estado de S.
Paulo como O Globo optaram por apenas noticiar o caso, sem aparentemente tomar
partido – o que significa não tomar partido da democracia e da liberdade de
expressão. O Ministério Público diz disso, Glenn e advogados dizem aquilo...
Nenhum desses veículos publicou editorial condenando a escalada autoritária. No
Globo, a exceção positiva foi o colunista Bernardo Mello Franco, que condenou a
agressão à liberdade de expressão. Na Folha, quem defendeu as prerrogativas da
imprensa foi o colunista Bruno Boghossian. No Estado, Vera Magalhães apenas
disse que a denúncia deve cair se chegar ao STF. A realidade é que, embora seja
apoiado por advogados e lideranças de partidos progressistas, Glenn tem hoje
menos apoio do que deveria ter na mídia como um todo.
No Boa Noite 247 de ontem, um dos pontos
centrais foi a tese de que o ataque ao editor do Intercept atinge todos os
profissionais da imprensa. Confira:
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