(Foto: Arquivo/Bem Paraná) |
O coordenador da
Lava Jato na Procuradoria-Geral da República, José Adonis Callou de Araújo Sá,
enviou petição ao Supremo Tribunal Federal (STF) para que o Plenário delibere e
restrinja a competência do ministro Gilmar Mendes em processos das operações
Integração I e II. A petição aponta que, apesar dos casos estarem sob a
relatoria do ministro Roberto Barroso, Gilmar concedeu habeas corpus a quatro
investigados por meio da extensão de habeas corpus concedido ao ex-governador
do Paraná Beto Richa e outros no âmbito da Operação Rádio Patrulha.
A Procuradoria sustenta que houve
"atalho às regras de distribuição de processos no Supremo e à competência
dos demais tribunais". A PGR define a situação como "flagrante
supressão de instância".
A peça relata que o habeas corpus
concedido a Richa baseou-se na ação de descumprimento de preceito fundamental
ADPF 444, na qual o Plenário declarou a impossibilidade de condução coercitiva
de réu ou investigado para interrogatório.
O argumento é de que a prisão de Richa
contrariou o entendimento fixado pela ADPF, uma vez que teria substituído a
condução coercitiva.
A Procuradoria sustenta que as
irregularidades apontadas por Gilmar no decreto prisional proferido no âmbito
da Operação Rádio Patrulha não se repetiram na decisão que determinou a prisão
preventiva de João Marafon Júnior, João Chiminazzo Neto, Luiz Fernando Wolff de
Carvalho e Luiz Abi Antoun, investigados nas operações Integração I e II.
"Além desses requerentes não
integrarem a relação jurídico-processual original, também suas prisões
preventivas não foram decretadas com fundamento nos 'mesmos fatos e vícios'
reputados inidôneos pelo ministro Gilmar Mendes", reforça o procurador.
Ele diz que há provas de materialidade,
autoria delitiva e gravidade das condutas criminosas para que eles sejam
mantidos na prisão.
A justificativa que fundamenta a prisão,
argumenta Adonis, afasta a possibilidade de a medida ter sido decretada como
substituta indevida da condução coercitiva, como foi alegado no caso de Beto
Richa.
A Procuradoria pede. "Por tais
razões, tem-se que esses pedidos de extensão foram indevidamente direcionados
ao ministro Gilmar Mendes e acolhidos, de modo que devem ser redistribuídos ao
ministro Roberto Barroso, a quem caberá apreciar as pretensões dos
requerentes."
O pedido do coordenador da Lava Jato é
para que o Plenário delimite a extensão da competência do ministro Gilmar
Mendes nos casos mencionados. Solicita, ainda, que sejam restabelecidas as
prisões preventivas, e que o pedido de habeas corpus apresentado pelo
investigado Leonardo Guerra, que está preso preventivamente, seja negado.
Fonte: Bem Paraná
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