Em
entrevista ao DCM, o ex-presidente Lula comentou nesta manhã o conflito entre
EUA e Irã e o posicionamento de Bolsonaro em defesa do atentado de Trump. Lula
ressaltou que não é perfil do Brasil se envolver em guerras, mas ser um agente
de “construção da paz e harmonia”. E passou o seguinte recado: "Bolsonaro,
o Brasil não precisa disso. Não precisa ser lambe-botas de ninguém"
(Foto: Reprodução | PR) |
247 - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concede entrevista
na manhã desta quarta-feira (8) ao portal Diário do Centro do Mundo (DCM) e
comenta o conflito entre Estados Unidos e Irã e o posicionamento do governo
brasileiro, de Jair Bolsonaro, em defesa do atentado cometido por Donald Trump,
que matou o general iraniano Qassem Soleimani.
Lula resgatou o papel do Brasil como articulador da paz no
mundo, lembrou a intermediação feita por seu governo para o acordo nuclear com
o Irã e afirmou que o Brasil historicamente sempre foi um país que buscou a
paz. "Não tem que se meter em confusão com briga externa", ressaltou.
“O Brasil sempre manteve uma política diplomática coerente e
corajosa, um construtor de harmonia”, diz ele, referindo-se às últimas
ações inconsequentes do Itamaraty, que em nota, defendeu os EUA com "apoio
à luta contra o flagelo do terrorismo". O Irã cobrou explicações do Brasil
sobre esse posicionamento.
Sobre as motivações de Trump, ele avalia que a potência
estadunidense historicamente sempre precisou “arrumar um inimigo” e considera
que o ataque ao Irã “está cheirando a campanha eleitoral".
“Trump sabe que não está fácil uma reeleição com a quantidade
de coisas que ele faz e fala, por isso o discurso ‘América para os americanos’,
essa coisa bem bairrista, funciona”, disse. "Ele pode perder as eleições,
e sempre uma guerra ajuda muito", completou.
Lula mandou um recado direto para o ocupante do Planalto:
"Bolsonaro, o Brasil não precisa disso. Não precisa ser lambe-botas de
ninguém. Precisa ser respeitado pela Bolívia e pelos Estados Unidos, pela China
e pelo Uruguai, pelo Paraguai e pela Rússia. É assim que se constrói um país
capaz de ser um agregador".
Veja:
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