No
mercado à vista, o dólar fechou em alta de 1,30%, a 4,185 reais na venda. É a
maior valorização diária desde 8 de novembro de 2019 e o patamar mais alto
desde 5 de dezembro do ano passado. O motivo é a contínua fuga de capitais,
diante dos maus resultados apresentados por Paulo Guedes
SÃO PAULO (Reuters) - O dólar saltou 1,3% ante o real nesta quarta-feira, na alta
mais intensa em mais de dois meses, com a moeda brasileira novamente liderando
as perdas globais nos mercados de câmbio diante de renovados sinais de fraqueza
na economia que podem prejudicar expectativas de fluxo cambial ao país.
Os dados
corroboraram ainda mais apostas de cortes de juros. Uma taxa Selic mais baixa
reduz a atratividade do real como ativo de investimento, colocando a divisa
doméstica em desvantagem em relação a “rivais” como o peso mexicano.
Além disso, os sinais de menor ímpeto da
economia no fim do ano passado jogam contra expectativas de melhora no fluxo
cambial, cujo saldo no ano passado foi o pior da história.
No mercado à vista, o dólar fechou em alta
de 1,30%, a 4,185 reais na venda. É a maior valorização diária desde 8 de novembro
de 2019 e o patamar mais alto desde 5 de dezembro do ano passado.
Na B3, o dólar saltava 1,20%, a 4,1860
reais.
Por ora, o movimento no câmbio ainda não
indica estresse e uma piora estrutural no cenário para a moeda brasileira. A
volatilidade implícita para as opções de dólar/real com vencimento de três
meses tem oscilado em torno de 9,9% ao ano, ainda abaixo de máximas do começo
de 2020, quando superou 10,6%.
Em novembro do ano
passado, mesmo com o dólar batendo máximas históricas e flertando com 4,30
reais, essa medida de incerteza para a taxa de câmbio caiu de mais de 12% no
começo daquele mês para cerca de 10% no final.
Mas novos cortes de juros voltam a emergir
como um vento contrário ao câmbio e têm forçado o mercado a desarmar posições
construídas no fim do ano passado que contemplavam um real mais valorizado.
Ainda assim, alguns analistas seguem vendo
o real atualmente com excesso de fraqueza, o que deixaria a moeda mais
inclinada para ganhos à frente.
“A moeda está levemente desvalorizada e a percepção de risco
doméstico está em extremos negativos de acordo com nosso indicador de risco de
câmbio por país, e ambos acabam funcionando como um vento favorável à moeda”,
disseram analistas da MRB Partners em nota a clientes.
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