Em novembro,
a produção industrial brasileira recuou 1,2% em relação a outubro, informou o
IBGE. Percentual aponta cenário de retração econômica, ao contrário do discurso
de "retomada" que vem sendo vendido por Paulo Guedes e Jair Bolsonaro
à imprensa corporativa
SÃO PAULO
(Reuters) -
A indústria do Brasil vacilou em novembro e voltou a cair depois de três meses
de alta, registrando o resultado mais fraco para o período em quatro anos, com
perdas nas quatro grandes categorias econômicas.
Em novembro, a produção industrial
brasileira recuou 1,2% em relação a outubro, informou nesta quinta-feira o
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Esse resultado anula parte da expansão
acumulada de 2,2% entre agosto e outubro e é a leitura mais fraca desde a queda
de 1,4% vista em março. Para meses de novembro, a queda foi a mais forte desde
2015, quando a indústria encolheu 1,9%.
“A queda verificada em novembro eliminou
uma parte importante do crescimento atingido nos meses anteriores”, disse o
gerente da pesquisa, André Macedo, em nota.
Na comparação com novembro de 2018, houve
queda de 1,7%, interrompendo dois meses de resultados positivos consecutivos.
No acumulado do ano, o setor apresenta perda de 1,1%
Ambos os resultados foram piores que as
expectativas em pesquisa da Reuters com economistas, de quedas de 0,6% na
variação mensal e de 0,8% na base anual, segundo a mediana das projeções.
Entre as
categorias econômicas, a maior queda foi registrada por bens de consumo
duráveis, de 2,4%, influenciada principalmente pela menor produção de
automóveis.
“Mas é comum que a produção de automóveis
seja elevada nos meses de setembro e outubro e reduza no final do ano, por
conta das férias coletivas”, explicou Macedo.
A produção de bens intermediários caiu
1,5%, a de bens de capital teve queda de 1,3% e a de bens de consumo semi e
não-duráveis recuou 0,5%.
Entre as
atividades pesquisadas, 16 das 26 apresentaram queda, sendo as principais
influências negativas produtos alimentícios (-3,3%), veículos automotores,
reboques e carrocerias (-4,4%) e indústrias extrativas (-1,7%).
“O crescimento (em alimentos) vinha sendo
alavancado pelo aumento nas exportações de carne e da produção de açúcar. A
carne continua em expansão, mas o açúcar tem uma volatilidade maior, tanto por
conta de condições climáticas quanto em função da demanda por etanol”,
completou Macedo.
A mais recente pesquisa Focus realizada
pelo Banco Central mostra que o mercado vê recuo de 0,73% na produção industrial
em 2019, com o Produto Interno Bruto avançando 1,17%. Em 2020 a expectativa é
de recuperação do setor industrial para uma alta de 2,19%.
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