Em nota,
o governo de Cuba repudiou as declarações de Jair Bolsonaro, que classificou
seus médicos como 'terroristas', lembrando que, com o Mais Médico, 60 milhões de brasileiros tinham cobertura médica permanente – e agora estão abandonados
Sputinik
– Cuba
repudiou as declarações do presidente brasileiro de que médicos cubanos que
estiveram em serviço no Brasil entre 2013 e 2018 pelo programa Mais Médicos
fossem "terroristas".
Em
pronunciamento sobre o assassinato do general iraniano Qasem Soleimani,
Jair Bolsonaro afirmou que "nós não aceitamos o terrorismo. Não interessa
o lugar do mundo em que ele venha a acontecer", informa jornal O Globo.
Além
disso, Bolsonaro complementou que "se tiver qualquer terrorista no Brasil,
a gente entrega. [...] Assim como os cubanos médicos, entre aspas, saíram antes
de eu assumir. Sabiam que eu ia pegar os caras. Um montão de terroristas no
meio deles".
O portal
digital do Ministério das Relações Exteriores de Cuba emitiu uma nota repudiando as
acusações do mandatário brasileiro:
O
presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, acusou de terroristas os médicos cubanos
que atenderam em seu país 113.359.000 pacientes, entre 2013 e 2018 – de acordo
com dados fornecidos pelo Ministério das Relações Exteriores de Cuba – em mais
de 3.600 municípios, e deram cobertura médica permanente a 60 milhões de
brasileiros como parte do programa Mais Médicos".
Miguel
Díaz-Canel, presidente cubano, recordou que o programa Mais Médicos nasceu como
uma iniciativa da ex-presidente Dilma Roussef (2011-2016), e buscava assegurar
serviços médicos ao maior número possível de brasileiros. O programa esteve
presente em boa parte do território nacional, penetrando em regiões que contam
com uma pequena presença de médicos brasileiros.
Havana
acusa Washington de orquestrar uma cruzada contra os serviços prestados
internacionalmente pelos médicos cubanos, como parte da política de isolamento imposta pela Casa Branca há
quase duas décadas.
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