sábado, 21 de dezembro de 2019

Lula: "Não adianta falar que a bolsa tá em alta, se o povo não está conseguindo comprar carne"


"Se a pessoa não governa com o coração, ela não vai entender as necessidades do povo. Essas pessoas não sabem o que é passar fome, não ter onde morar", afirmou o ex-presidente Lula, que participou do Natal solidário com Catadores e população de rua
Foto: Ricardo Stuckert | Reuters)

247 - O ex-presidente Lula participa neste sábado (21) do Natal solidário com Catadores e população de rua, no Sindicato dos Bancários de São Paulo e Osasco, na capital Paulista.
"Tenho muito orgulho de estar aqui livre para participar do Natal dos catadores e da população de rua. Se ao invés de estar aqui eu estivesse jogando golfe, certamente uma parte da elite não tivesse tanto ódio de mim", afirmou Lula, que sempre participou dos atos com os catadores, até mesmo durante o período que ocupou a Presidência da República. E no período que esteve aprisionado, enviou mensangem aos participantes.
"Depois de tanto sofrimento e tanta perseguição, hoje estou feliz. Encontrei minha Janjinha, vou casar e sei que o amor vai vencer. Durmo tranquilo como um passarinho, tenho certeza que meus acusadores não dormem", acrescentou.
Lula falou sobre a conjuntura econômica do país sob o governo de Jair Bolsonaro. "Eu nunca vi tanta gente morando nas ruas. Não adianta falar que a bolsa tá em alta, se o povo pobre não está conseguindo comprar um quilo de carne", enfatizou o ex-presidente.
Neste sábado (21), em mensagem de Natal ao brasileiros, Bolsonaro disse que é preciso acreditar no Brasil, "mesmo sem carne para algumas pessoas aí".
"Se a pessoa não governa com o coração, ela não vai entender as necessidades do povo. Essas pessoas não sabem o que é passar fome, não ter onde morar", frisou Lula.


Jürgen Klopp, campeão mundial pelo Liverpool: “Se há algo que jamais farei na vida é votar na direita”


“Nunca pagarei um plano privado de saúde. Nunca votarei em um partido porque promete baixar os impostos. Se há algo que jamais farei em toda minha vida é votar na direita”, disse o atual campeão mundial pelo Liverpool, Jürgen Klopp, em entrevista ao jornal alemão TAZ
(Foto: Reprodução/Twitter)

Portal Vermelho - O técnico alemão que conduziu o Liverpool à final da Champions League contra o Real Madrid foge ao estereótipo do treinador convencional. Não só por sua filosofia de jogo, mas também pelas convicções além da bola. Jürgen Klopp nasceu em Glatten, uma pequena cidade na região da Floresta Negra. “Tinha 1.500 pessoas quando eu me mudei e agora tem 1.499”, brincou o comandante dos Reds ao ser questionado sobre sua origem suábia.
Quando mais jovem, queria ser médico. Como era um mau aluno, suas notas o impediram de realizar o sonho da família. Decidiu estudar Ciências do Esporte na Universidade Goethe, de Frankfurt, enquanto se esforçava para virar jogador profissional. Rejeitado nas categorias de base do Eintracht, acabou acolhido pelo Mainz 05, da segunda divisão alemã. Ali renunciou a suas pretensões de goleador para exercer o que, até então, constituía o menos relevante dos postos do futebol: a lateral direita. Sua revolução começou no recanto mais marginalizado do campo.
Entre 1995 e 2000, o Mainz de Wolfgang Frank aplicou o ideário de Arrigo Sacchi de forma pioneira na Alemanha, onde as equipes demoraram a superar a função do líbero, praticar o 4-4-2 e estabelecer a marcação por zona. O prolongamento de Frank no terreno de jogo era Klopp, feliz de poder dissimular suas carências técnicas com as inovadoras armadilhas coletivas da tática.
Cristão de inclinação protestante, desde adolescente é movido por um poderoso senso comunitário. “Eu diria que nossa missão é fazer com que nosso minúsculo pedaço de terra seja um pouco mais bonito”, disse ao Westdeutsche Zeitung, em 2007. “A vida consiste em fazer com que os lugares por onde passamos sejam melhores, e em não nos levarmos tão a sério. Em se esforçar ao máximo. Em amar e ser amado.”
“Creio no estado de bem-estar social”, afirmou uma vez ao diário TAZ. “Nunca pagarei um plano privado de saúde. Nunca votarei em um partido porque promete baixar os impostos. Se há algo que jamais farei em toda minha vida é votar na direita”.
Quando lhe pediram que refletisse sobre o Brexit durante entrevista para o Guardian, não reprimiu uma mensagem que, ao menos na Inglaterra, desatou uma polêmica: “Não sou a pessoa mais adequada para falar do Brexit, mas, se me perguntam, dou minha opinião. Será que vão me escutar? Talvez esse seja o problema: a gente escuta às pessoas erradas. Por isso, [Donald] Trump é presidente dos Estados Unidos! Por isso, os ingleses votaram o Brexit! A União Europeia não é perfeita, não foi perfeita e não será perfeita. Mas é a melhor ideia que tivemos até o momento. Devemos repensar o Brexit, levá-lo à votação outra vez com informações adequadas. Aprovar o Brexit por 51% dos votos diante de 49% contrários não tem o menor sentido”.


Liverpool x Flamengo: onde assistir, horário e escalações


Favorito, o time inglês busca sua primeira conquista na história do Mundial. O representante brasileiro tenta repetir 1981 e conquistar o bi
Adam Davy/PA Images via Getty Images e Alexandre Vidal/Flamengo

A decisão que atrairia mais holofotes para o Mundial de Clubes 2019 foi confirmada após as semifinais. Liverpool e Flamengo passaram pelos primeiros compromissos na competição e fazem na tarde deste sábado (21/12/2019), a partir das 14h30, a final da competição.
Atual dono do título da Liga dos Campeões, o Liverpool larga com favoritismo diante do atual campeão da Libertadores. Isso, no entanto, tem de ser comprovado no Estádio ​Khalifa International, em Doha, no Catar. Após poupar jogadores diante do Monterrey, do México, o time inglês entrará com força máxima de olho na conquista inédita – perdeu as três finais que disputou na história. Já o Flamengo repetirá o mantra durante toda a temporada 2019: força máxima, sem lesionados, em busca do bicampeonato do Mundial.
Confira mais detalhes sobre a partida abaixo:
Ficha técnica:
Escalações (prováveis):


LiverpoolAlisson; Alexander-Arnold, Van Dijk, Gomez e Robertson; Henderson, Wijnaldum (Lallana) e Milner (Shaqiri ou Ox-Chamberlain); Salah, Firmino e Mané. Técnico: Jürgen Klopp

Desfalques: Fabinho (lesão), Lovren (lesão) e Matip (lesão)

Flamengo: Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Pablo Marí e Filipe Luis; Willian Arão, Gerson e Everton Ribeiro; De Arrascaeta, Bruno Henrique e Gabigol. Técnico: Jorge Jesus.

Desfalque: não tem
Local: ​Khalifa International Stadium, em Doha (Catar)
Data: Sábado (21/12/2019)
Horário: 14h30 (horário de Brasília).
Arbitragem: Abdulrahman Al Jassim (Catar)
Transmissão: TV Globo e SporTV

Fonte: Metrópoles

Bolsonaro não tem compostura, beira a insanidade e o impeachment já está colocado, de Merval Pereira, porta-voz do Globo


O colunista Merval Pereira, aquele que mais expressa os interesses políticos da família Marinho, também sugere a interdição ou o impeachment de Jair Bolsonaro. "Motivos Bolsonaro já deu de sobra, e a falta de decoro de ontem é apenas mais uma, e não será a última", diz ele

247 – "O presidente Jair Bolsonaro vem numa escalada de falta de compostura que beira a insanidade. O episódio de ontem, em que destratou jornalistas, demonstrando falta de educação e preconceitos, é próprio de quem se sente acuado, e de fato o presidente está acuado, pela queda de sua popularidade, pelas limitações que as instituições democráticas lhe impõem, pelas denúncias contra seu filho Flávio, que envolvem toda uma família ampliada que, pelas acusações do Ministério Público do Rio, vivia às custas do Erário público", diz o jornalista Merval Pereira, em sua coluna.
"O impeachment já está colocado e, como é um instrumento sobretudo político, será acionado, ou não, quando as forças políticas no Congresso desejarem. Motivos Bolsonaro já deu de sobra, e a falta de decoro de ontem é apenas mais uma, e não será a última", aponta.
"A investigação contra o senador Flávio Bolsonaro certamente está abalando a já desequilibrada personalidade do presidente, embora a punição dificilmente acontecerá em razão direta das denúncias do Ministério Público. Mas podem atingir o presidente no correr das investigações", afirma ainda o jornalista.


Reinaldo sugere interdição de Bolsonaro e diz que Brasil não pode se transformar em seu hospício privado


O jornalista Reinaldo Azevedo avalia que Jair Bolsonaro não tem pleno controle das faculdades mentais, ao comentar os insultos extremamente grosseiros que ele proferiu a jornalistas no dia de ontem, quando questionou se um deles tinha recibo de que a mãe havia mesmo transado com seu pai

247 – "O 'evento' — já que entrevista não foi — protagonizado por Jair Bolsonaro nesta sexta, às portas do Palácio da Alvorada, não é próprio de uma pessoa no pleno gozo das chamadas 'faculdades mentais'", diz o jornalista Reinaldo Azevedo, em sua coluna.
"Sabemos que Bolsonaro é reacionário, agressivo, homofóbico, misógino… E essas características se manifestaram na sua conversa com repórteres, com as manifestações de praxe de seus seguidores, que representam o coro da boçalidade da bolha de opinião na qual é herói", afirma ainda o jornalista.
"Sim, estou convencido de que Bolsonaro tem um problema que é clínico. Suas respostas, a meu juízo, o evidenciam com clareza. Ocupa, no entanto, um lugar de quem está obrigado a responder por seus atos. O único remédio que o institucionalidade tem de ministrar a ele é o triunfo da lei. O Brasil não pode se transformar em seu hospício privado", finaliza.


Bolsonaro quebrou decoro e pode sofrer impeachment, aponta editorial do Estado de S. Paulo


"O que se testemunhou ontem à saída do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, foi muito além do tolerável até para o grosseiro padrão do bolsonarismo. Tal comportamento envergonha os cidadãos e enxovalha o País", aponta editorial do jornal que dialoga com a elite empresarial do País. Descontrolado pelos escândalos de corrupção da família, Bolsonaro perguntou a um jornalista se ele teria o comprovante de que sua mãe tinha mesmo dado para seu pai
(Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil)

247 – O jornal Estado de S. Paulo, que dialoga com a elite empresarial do Brasil, avalia que Jair Bolsonaro quebrou o decoro ao agredir jornalistas na saída do Palácio da Alvorada – o que significa que ele já pode sofrer um processo de impeachment por emporcalhar a presidência da República. Leia, abaixo, o editorial "Quebra de decoro" e assista também entrevista com o jurista Marcelo Uchôa sobre o tema:
Quebra de decoro
O presidente Jair Bolsonaro faltou com o decoro necessário para o exercício do cargo ao reagir raivosamente ao noticiário sobre as suspeitas envolvendo seu filho Flávio. 
Na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro, sob aplausos dos simpatizantes que ali estavam, ofendeu jornalistas que o questionaram, acusou sem provas o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, de manipular o caso para prejudicá-lo e insinuou que o juiz do processo tem interesse em fazer as vontades do governador, já que uma filha do magistrado é funcionária do Estado. 
A reação truculenta do presidente surpreendeu mesmo aqueles que acompanharam sua trajetória política até aqui e testemunharam seu destempero em diversas ocasiões. 
É fato que Bolsonaro transformou sua retórica inflamada e muitas vezes ofensiva em uma marca pessoal, vista por seus apoiadores como sinal de sua “autenticidade” como político, destacando-se dos demais por ter a coragem de dizer em voz alta, em público, o que os demais não sussurram nem quando estão sozinhos. Foi dessa maneira que Bolsonaro construiu a imagem de um outsider político, a despeito do fato de estar na política há três décadas. 
Também é fato que Bolsonaro, desde que assumiu a Presidência, costuma recorrer à agressividade sempre que precisa mobilizar a militância bolsonarista para intimidar adversários políticos. A esta altura está claro que Bolsonaro não conhece outras formas de fazer política. 
No entanto, o que se testemunhou ontem à saída do Palácio da Alvorada, residência oficial do presidente da República, foi muito além do tolerável até para o grosseiro padrão do bolsonarismo. Já seria indecoroso mesmo se Bolsonaro fosse apenas um deputado federal do baixo clero; como presidente da República, tal comportamento envergonha os cidadãos e enxovalha o País. 
Nada justifica que o presidente tenha se dirigido a jornalistas da forma como fez, com ofensas ginasianas a respeito da sexualidade de um repórter e do comportamento da mãe de outro. Que Bolsonaro tem dificuldades em lidar com a imprensa já está claro a esta altura – e não é o primeiro nem, provavelmente, será o último presidente a ter rusgas com jornalistas e veículos. Tampouco é segredo que Bolsonaro antagoniza a imprensa com o objetivo de desmoralizar o noticiário que lhe é desfavorável – e isso também não é novidade no mundo da política. Desta vez, porém, não há cálculo político que desculpe ou relativize o tom de Bolsonaro, próprio de arruaceiros que chamam desafetos para uma briga de rua. 
Ao agir dessa maneira, Bolsonaro não apenas se apequena como presidente, como dá a entender que está acuado diante das suspeitas que recaem sobre seu filho Flávio – o senador teria se beneficiado de esquema de desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro quando era deputado estadual no Rio de Janeiro. O caso todo ainda tem muitos pontos obscuros e é preciso aguardar que a polícia e o Ministério Público concluam seu trabalho e os tribunais punam quem deve ser punido, quando for a hora. No momento, o interesse no caso é basicamente político, com potencial para prejudicar o presidente – razão pela qual Bolsonaro faria bem se tratasse o noticiário com a maior discrição possível, pois é preciso preservar a Presidência, da qual depende a governabilidade do País. 
Mas o presidente parece simplesmente incapaz de se comportar de acordo com o cargo que ocupa e de compreender que esses maus modos, ao criar atritos e cizânias, podem prejudicar a recuperação do País justamente no momento em que se verificam bons sinais na economia. 
O decoro no exercício da Presidência não é um capricho; é, antes, a consciência da responsabilidade – e dos limites – de quem conduz os rumos da nação, como chefe de Estado e de governo. Não é qualquer um que pode ocupar a cadeira presidencial, por mais que o atual presidente queira apresentar-se como um homem comum. A deferência ao cargo de presidente da República é, antes de mais nada, deferência à própria noção de República, em que todos devem se submeter à lei – e mesmo a mais alta autoridade do País não pode fazer ou dizer o que lhe dá na cabeça. Honestidade e compostura devem emanar da cadeira presidencial.