Delúbio Soares e João Vaccari, do PT, tiveram a prisão revogada com base
na decisão do STF sobre a segunda instância. Delúbio cumpre sentença em regime
semiaberto, com tornozeleira eletrônica, em Curitiba.
“No presente caso, restou observado que não há trânsito em julgado da
condenação, tal como que esta teve início exclusivamente em virtude da
confirmação da sentença condenatória em segundo grau, não existindo qualquer
outro fundamento fático para o início do cumprimento da pena, como os casos
excepcionais de prisão preventiva decretada”, escreveu a juíza federal Ana
Carolina Bartolamei Ramos.
Jornalista
Mariela Franzosi traça o perfil do empresário Luis Camacho, conhecido como
"El Macho", que liderou o golpe militar que destituiu Evo Morales.
"Em linha com outros representantes da nova direita regional, como o
presidente brasileiro Jair Bolsonaro, Camacho lida com um discurso com uma
forte âncora religiosa", diz a jornalista
Por Mariela Fronzosi, noNodal- A oposição mais virulenta ao governo de Evo Morales na
Bolívia está incorporada em um homem que eles chamam de “El Macho”.
Luis Fernando
Camacho Vaca é um advogado de Santa Cruz, 40 anos, casado e com três filhos.
Ele vem de uma família rica da região e entrou no cenário internacional nas
últimas semanas porque se colocou à frente do que ele chama de “processo de
recuperação da democracia”.
No entanto, Camacho constrói essa idéia de
democracia em paralelo à institucionalidade boliviana: sem ser candidato a
qualquer cargo, começou com esse “processo” após a instalação, antes de 20 de
outubro passado, quando Morales obteve a maioria dos votos, da possibilidade de
fraude eleitoral.
Dentro do Movimento ao Socialismo (MAS),
partido oficial, ele é acusado de manipular os fios do golpe de estado para
derrubar Evo Morales, que espera validar seu quarto mandato consecutivo depois
de perder um referendo a ser reeleito em 2016, mas posteriormente autorizado
pelo Tribunal Constitucional por meio de uma decisão de que o atual presidente
pode continuar buscando a reeleição indefinidamente, alegando que fazia parte
de seus “direitos políticos”.
Pueblo boliviano, hoy tenemos un compromiso con Bolivia, con la democracia, nuestros hijos y sobre todo tenemos que cumplir el compromiso asumido en ese GRAN CABILDO, histórico para el pueblo boliviano.
Tengamos fe, yo sé que se puede, y yo sé que todos unidos podemos hacerlo.
Ele nasceu e cresceu em Santa Cruz, uma
das áreas mais ricas e poderosas da Bolívia e o departamento em que
historicamente vive a maioria da população branca de descendência européia do
país.
Após se formar advogado na Universidade Privada
de Santa Cruz de la Sierra, concluiu estudos de pós-graduação na Universidade
de Barcelona, onde fez mestrado em Direito Financeiro e Tributário.
Seu ativismo
começou aos 23 anos como vice-presidente da organização cívica União Juvenil
Cruceñista, que embora se defina como “cívica”, foi descrita pela Federação
Internacional de Direitos Humanos como “uma espécie de grupo paramilitar” que
realiza atos de racismo e discriminação contra habitantes e instituições
indígenas da região.
Já em 2015, ingressou no Comitê Cívico Pro
Santa Cruz – onde seu pai era presidente entre 1981 e 1983 -, primeiro como
segundo vice-presidente e depois como primeiro vice-presidente.
Desde fevereiro de 2019, Luis Fernando
Camacho preside a organização que reúne empresas, bairros e entidades
trabalhistas da região, onde se encontra a maior parte da oposição ao processo
de transformação liderado por Evo Morales desde que se tornou presidente em
2006.
O apelido de “macho” ele ganhou justamente
por causa da “coragem” com a qual lidera a campanha contra Morales, a quem
acusa de “tirano” e “ditador”.
Ao lado de sua
vida pública, Camacho é professor universitário e empresário, e com sua família
faz parte do Grupo Empresarial de Inversiones Nacional Vida S.A..
As empresas pertencentes a esta corporação
operam na área de seguros, gás e serviços. Há rumores de que uma das principais
causas de sua amarga oposição ao governo de Morales se deve a milhões de dívidas
e perdas relacionadas ao negócio de gás em Santa Cruz.
Por outro lado, ele está envolvido nos
Panama Papers com base na criação de três empresas (Medis Overseas Corp., Navi
International Holding e Positive Real Estates) para “ajudar pessoas e empresas
a esconder suas fortunas em entidades offshore, lavagem de dinheiro e
estabelecimento de esquemas de evasão fiscal”, diz um jornal boliviano.
Sua posição sobre isso é negar os fatos e
denunciar uma suposta perseguição.
Sua cruzada contra
Morales
Histriônico e arrogante, com uma oratória
exacerbada e uma imagem associada aos ricos brancos do país (que legitima da
sua origem burguesa de Santa Cruz), mantém sua popularidade apelando ao número
de pessoas que convoca e à proximidade que afirma ter com seus seguidores.
A construção de sua figura em contraste
com a origem humilde, camponesa e indígena do Presidente Morales é muito
evidente. E, embora se esforce para garantir repetidas vezes que não expressa
uma mensagem racista, alguns eventos provam o contrário, como aconteceu durante
a marcha das mulheres na quinta-feira, 7 de novembro, em Cochabamba.
Em linha com outros representantes da nova
direita regional, como o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, Camacho lida com
um discurso com uma forte âncora religiosa.
Em cada uma de suas aparições públicas e
através das redes sociais, ele incentiva a oração e proclama sua fé em Deus.
Convoca as manifestações no Cristo
Redentor e garante uma imagem da Virgem ao seu lado enquanto discursa ao
público.
Ele insiste em
cada uma de suas mensagens com a necessidade de levar “a Bíblia” de volta ao
palácio do governo boliviano, que, segundo ele, foi eliminada pelo MAS.
Isso lhe permitiu alinhar atrás de si
todas as forças de direitos clericais e anti-bolivianas, que tiveram expressões
homofóbicas e misóginas variadas durante a campanha eleitoral e que procuram
criminalizar a homossexualidade e continuam a penalizar o direito ao aborto.
Através das redes sociais e da
espetacularização de suas demandas, Camacho ignorou imediatamente o resultado
das eleições passadas, convocou um protesto na prefeitura de Santa Cruz e, por
meio de votação por aclamação, deu a Morales um prazo de 48 horas para para
apresentar sua renúncia.
Paralelamente, se autoproclamou à frente
da “unidade” da oposição, obscurecendo até a figura de Carlos Diego de Mesa
Gisbert, candidato da coalizão da Comunidade Cidadã que foi o segundo nas
eleições de 20 de outubro.
Ele também pediu greve por tempo
indefinido e desobediência civil até alcançar o objetivo que havia estabelecido:
a renúncia de Evo Morales.
Depois de 48 horas e diante da falta de
resposta de Morales, Camacho convocou um novo conselho e emitiu uma carta na
qual ele próprio escreve os termos da renúncia do presidente boliviano.
O objetivo final
“El Macho” nem sequer está interessado no
que a missão da OEA que está auditando os resultados das eleições tem a dizer.
Ele já se manifestou em sua conta no
Twitter contra Mesa, acusando-o de ser forçado a apoiar a auditoria
internacional, embora mais tarde tenha excluído a mensagem.
Camacho quer convocar novas eleições nas
quais Evo Morales não esteja presente. Com um discurso que, apesar de tentar
associá-lo à “paz e unidade do povo boliviano”, acaba carregado de racismo,
ódio de classe e provocação.
Acompanhada por
15% do público da TV aberta, a Record superou a Globo, líder de audiência, e
despontou como a principal empresa de mídia contratada pelo governo de Jair
Bolsonaro (PSL) em 2019. A emissora recebeu R$ 7,9 milhões, o equivalente 35%
da verba para publicidade televisiva empenhada pela Secretaria de Comunicação
da Presidência da República (Secom) entre janeiro e outubro deste ano, de
acordo com análise do Vortex Media.
A Globo detém 36% da audiência e ficou com
R$ 4,1 milhões, equivalente a 18% dos recursos da Secom —menos do que o SBT,
que ficou com R$ 6,2 milhões, ou 27% dos recursos de 2019 e tem 14,9% da
audiência, segundo medição do Kantar Ibope Media compilada pelo relatório anual
“Mídia Dados 2019”.
Cerca de 240 alunos de
todos os Centros Municipais de Educação Infantil (CMEIs) apucaranenses participaram
do espetáculo ontem (10) no Cine Teatro Fênix
O ano letivo está
se aproximando do final. É hora dos alunos mostrarem aos pais, amigos e
familiares tudo o que aprenderam nas salas de aula. Para cumprir esse
objetivo, cerca de 240 crianças apucaranenses, representantes dos 24 Centros
Municipais de Educação Infantil (CMEIs), subiram ontem (10) ao palco do Cine
Teatro Fênix e realizaram uma apresentação musical.
A secretária municipal de educação, Marli
Fernandes, explica que as aulas de música fazem parte do currículo escolar.
“Elas são ministradas duas vezes por semana, através de uma parceria com a
Academia Sebastian Bach, às turmas da educação infantil e dos anos iniciais do
ensino fundamental (1º ao 5º),” disse.
“Estudos científicos comprovam que a
música contribui imensamente para o desenvolvimento cognitivo, estimulando a
criatividade, a sensibilidade, a concentração, a memória e a socialização. As
crianças apucaranenses estão de parabéns pelo belo espetáculo que nos
proporcionaram nesta tarde,” acrescentou o prefeito Júnior da Femac.
Uma viagem pelo mundo encantado da música
foi o tema da apresentação. “Esta é a terceira vez que eu participo do evento e
sempre é maravilhoso. A minha filha fica entusiasmada com as aulas,” afirmou
Jéssica Vanessa Marcolino, mãe da aluna Lívia Eduarda, do CMEI Antônio do Carmo
Ribeiro.
Já Franciele Alves, que é mãe de uma
menina matriculada no CMEI Domingos Mareze, comentou o que acha sobre o ensino
ofertado na rede municipal apucaranense. “A minha filha vem sendo muito bem
atendida na creche e os professores são bastante atenciosos. Eu não tenho do
que reclamar. Fiquei até emocionada ao ver a apresentação,” disse.
Estiveram ainda no Cine Teatro Fênix para
acompanhar o espetáculo, a secretária municipal da Promoção Artística, Cultural
e Turística, Maria Agar Borba Ferreira; o chefe da 15ª Ciretran de Apucarana,
Fernando Garcia Algarte; e a superintendente da Autarquia Municipal de
Educação, Ana Paula Cunha.
Movimentos
sociais que defendem o presidente deposto Evo Morales deram um prazo de 48
horas para que o líder da extrema-direita Luis Fernando Camacho e demais
golpistas se retirem de La Paz, capital do país
(Foto: Evo Morales)
247 - Partidários do presidente deposto Evo Morales organizam
a resistência ao golpe. Em pronunciamento da Federação de Juntas Vecinales de
El Alto, espécie de comitê popular da cidade, lideranças indígenas e populares
pedem a saída do país dos golpistas, informa aRevista Fórum.
O grupo indica a formação de comitês de autodefesa, bloqueios
e a realização de mobilização permanente. Nas comunidades indígenas
e populares que apoiam o presidente Evo Morales instalou-se um ambiente de
inquietação e revolta contra os golpistas.
Confira o pronunciamento da Juntas Vecinales de El Alto
Federación de Juntas Vecinales de El Alto da plazo de 48 horas para abandonar La Paz a Luis Fernando Camacho y su comitiva. Instruye la conformación de comités de autodefensa, bloqueos y movilización permanente. Llaman a la policía a proteger al pueblo#ElMundoConEvo
O governo federal
promulgou a Lei 13.834 que tipifica o crime de denunciação caluniosa com
finalidade eleitoral, retomando trecho que havia sido vetado na sanção feita em
junho último. A Lei está publicada no Diário Oficial da União desta
segunda-feira, 11. A matéria tinha sido motivo de veto presidencial do
presidente Jair Bolsonaro, que foi, no entanto, derrubado pelo Congresso em 28
de agosto.
O trecho em questão atribui penas mais
duras para quem divulga fake news nas eleições. Ele é parte da lei sancionada
em junho, que tipifica como crime a conduta de denunciação caluniosa com
finalidade eleitoral. A parte que agora foi recuperada, prevê as mesmas penas
para quem divulgar ato ou fato falsamente atribuído ao caluniado com finalidade
eleitoral. O argumento usado foi o da contrariedade ao interesse público.
A lei, que já é válida para as eleições
municipais do ano que vem, prevê pena de prisão de dois a oito anos, além de
multa, para quem acusar falsamente um candidato a cargo político com o objetivo
de afetar a sua candidatura. Essa pena aumenta se o caluniador agir no
anonimato ou com nome falso. A lei atualizou o Código Eleitoral.
"Incorrerá nas mesmas penas deste
artigo quem, comprovadamente ciente da inocência do denunciado e com finalidade
eleitoral, divulga ou propala, por qualquer meio ou forma, o ato ou fato que
lhe foi falsamente atribuído", diz o trecho que havia sido vetado e agora
foi promulgado.