domingo, 3 de novembro de 2019

Após obstruir investigação, Bolsonaro tira sarro: "E aí Globo, já acharam quem matou a Marielle? Foi eu mesmo?"


Após confessar que obstruiu a investigação sobre o assassinato de Marielle Franco, ao recolher as gravações de seu condomínio, Jair Bolsonaro praticamente cuspiu na cara do povo brasileiro. "Cadê Globo, já acharam quem matou a Marielle? Foi eu mesmo, ou não?", questionou, dando risada. Oposição quer impeachment

247 – Jair Bolsonaro tripudiou, na noite deste sábado, da investigação sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista dela, Anderson Gomes, em andamento há um ano e oito meses na Polícia Civil do Rio de Janeiro, segundo aponta reportagem do jornal Valor Econômico.
Em um segundo passeio na moto nova que buscou nesta manhã na concessionária, ele provocou, em tom de ironia: "Cadê Globo, já acharam quem matou a Marielle?", questionou o presidente. "Foi eu mesmo, ou não?", completou, dando risada. 
Neste sábado, pela manhã, Bolsonaro confessou o crime de obstrução judicial. "Nós pegamos [a gravação], antes que fosse adulterada, ou tentasse adulterar, pegamos toda a memória da secretária eletrônica que é guardada há mais de ano. A voz não é a minha", afirmou.
Os dois principais suspeitos de assassinar Marielle Franco, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, são milicianos de uma organização que tem ligação com a família Bolsonaro. Diante do crime confessado ontem, a oposição prepara um pedido de impeachment.


Bolsonaro mandou Queiroz destruir o celular


Além de obstruir as investigações sobre o caso Marielle Franco, Jair Bolsonaro também determinou que Fabrício Queiroz desse um sumiço no seu aparelho celular, segundo revela neste domingo o colunista Lauro Jardim
Foto: Alan Santos/PR | Reprodução)

247 – "Em janeiro, um mês depois de o caso Fabrício Queiroz/Flávio Bolsonaro espoucar, Jair Bolsonaro mandou um emissário de confiança dar a seguinte instrução ao ex-faz-tudo da família: que Queiroz jogasse o aparelho de celular fora e comprasse uma nova linha. E assim foi feito", informa o jornalista Lauro Jardim, em sua coluna no Globo.
Ontem, Bolsonaro confesso ter obstruído as investigações sobre o assassinato de Marielle Franco. Saiba mais:
247 - Jair Bolsonaro afirmou a um grupo de jornalistas que interferiu diretamente nas investigações sobre a morte da ex-vereadora Marielle Franco, ao pegar a gravação na portaria de seu condomínio para que não fosse adulterada. Recentemente, um dos suspeitos de assassinar Marielle Franco, Élcio Queiroz, teve entrada liberada na casa de Jair Bolsonaro na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, depois de dizer que iria na casa 58 – a de Jair Bolsonaro – e não a de Ronnie Lessa, outro suspeito do assassinato.
"Nós pegamos, antes que fosse adulterada, ou tentasse adulterar, pegamos toda a memória da secretária eletrônica que é guardada há mais de ano. A voz não é a minha", declarou Bolsonaro, numa confissão que revela sua interferência direta no caso.


Lula é um "troféu" ilegítimo que a Lava Jato não quer devolver, diz defesa


"A Lava Jato sempre fez do ex-presidente Lula um troféu. Dentro do devido processo legal, da boa aplicação das leis, ela jamais poderia ter obtido esse troféu. Ela obteve o troféu de forma ilegítima e não quer devolver”, diz o advogado Cristiano Zanin Martins
(Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

247 - Para o advogado Cristiano Zanin Martins, que defende Luiz Inácio Lula da Silva, “interesses políticos e geopolíticos” estão envolvidos na condenação do ex-presidente e que ele virou um “troféu ilegítimo” da Lava Jato. “A Lava Jato sempre fez do ex-presidente Lula um troféu. Dentro do devido processo legal, da boa aplicação das leis, ela jamais poderia ter obtido esse troféu. Ela obteve o troféu de forma ilegítima e não quer devolver”, disse Zanin em entrevista ao UOL
Segundo Zanin, Lula continua preso ilegalmente devido a interesses políticos e geopolíticos. “Interesses políticos porque os processos abertos contra o ex-presidente buscavam impedi-lo de concorrer no cenário político. Isso veio a ocorrer. Ele foi impedido de concorrer nas eleições presidenciais de 2018. No aspecto geopolítico, você tem claramente a presença de interesses norte-americanos no Brasil, sobretudo no tocante ao pré-sal”, ressaltou. 
Para ele, as acusações imputadas ao ex-presidente fazem parte de uma perseguição política por meio do “uso perverso das leis” e têm como objetivo destruir o legado que ele deixou para o país. Zanin diz a prioridade agora é o julgamento do habeas corpus que trata da suspeição do ex-juiz Sergio Moro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). “É uma ação de extrema relevância para o ex-presidente porque busca a declaração da nulidade de seus processos e o restabelecimento da sua liberdade. É também um julgamento simbólico para o restabelecimento da plenitude do Estado de Direito”, afirma. 


"Bolsonaro pegou as gravações para adulterá-las – e não para evitar adulteração", diz Jean Wyllys


O ex-deputado Jean Wyllys, que foi forçado a se exilar após receber ameaças de morte, diz ainda que só os idiotas acreditam que Jair Bolsonaro pegou gravações para proteger provas que, eventualmente, poderiam apontar para o envolvimento de sua família com o assassinato de Marielle Franco

247 – "Só os políticos oportunistas, os eleitores idiotas e os fiéis da seita bolsonarista acreditam que Jair Bolsonaro pegou, segundo ele mesmo, a gravação das ligações da portaria do Condomínio Vivendas da Barra, no Rio de Janeiro, onde tem uma casa, para que elas não fossem adulteradas. Todos as pessoas inteligentes e atentas sabemos que ele pegou a gravação exatamente para fazer o contrário do que diz: pegou-a para adulterá-la e impedir que ela comprove sua relação – já apontada por várias outros indícios – com o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes", diz o ex-deputado Jean Wyllys, em coluna publicada neste domingo.
"Bolsonaro levou as práticas criminosas frequentes em seus mandatos como deputado federal para a presidência da República, transformando-as em terrorismo de estado com a ajuda de Sergio Moro, o ex-juiz da Operação Lava Jato que prendeu Lula num processo fraudulento e sem provas, mas que segue silente em relação ao enriquecimento ilícito da família Bolsonaro e a relação íntima desta com Queiroz, bandido que, mesmo foragido, segue gerindo informalmente os mandatos de Flavio e Eduardo Bolsonaro", diz ainda o ex-deputado.
"Logo, só não ver quem não quer ver: Bolsonaro irá deliberadamente adulterar, de modo a se safar, a gravação das ligações feitas da portaria de seu condomínio de luxo no dia em que seus vizinhos sicários assassinaram Marielle Franco e Anderson França", afirma Jean. "O ato de pegar a gravação é, em si mesmo, uma confissão de culpa, por parte de Bolsonaro, no assassinato dessa vereadora honesta, que trabalhava pela dignidade dos mais pobres e das mulheres e que era um símbolo de mobilidade social e de renovação na política brasileira. E é como confissão de culpa que o Supremo Tribunal Federal, o Congresso Nacional, as Forças Armadas, a Procuradoria Geral da República, o Ministério Público do Rio Janeiro, a Ordem dos Advogados do Brasil e a imprensa – ou ao menos os os que ainda têm decência e apreço à democracia nessas instituições – deveriam tratar esse ato de Bolsonaro."


Bolsonaro revela intervenção direta na investigação sobre Marielle e diz que pegou gravação da portaria de seu condomínio


Jair Bolsonaro falou a um grupo de jornalistas neste sábado e revelou que pode ter obstruído a investigação sobre a morte de Marielle Franco, ao pegar as gravações do condomínio onde mora. "Nós pegamos, antes que fosse adulterada, ou tentasse adulterar, pegamos toda a memória da secretária eletrônica. A voz não é a minha", disse ele. O principal suspeito do assassinato é seu vizinho Ronnie Lessa
Foto: Reprodução)

247 - Jair Bolsonaro afirmou a um grupo de jornalistas que interferiu diretamente nas investigacões sobre a morte da ex-vereadora Marielle Franco, ao pegar a gravação na portaria de seu condomínio para que não fosse adulterada. Recentemente, um dos suspeitos de assassinar Marielle Franco, Élcio Queiroz, teve entrada liberada na casa de Jair Bolsonaro na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, depois de dizer que iria na casa 58 – a de Jair Bolsonaro – e não a de Ronnie Lessa, outro suspeito do assassinato.
"Nós pegamos, antes que fosse adulterada, ou tentasse adulterar, pegamos toda a memória da secretária eletrônica que é guardada há mais de ano. A voz não é a minha", declarou Bolsonaro, numa confissão que revela sua interferência direta no caso.