A presidenta Nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), e
o líder do partido na Câmara, Paulo Pimenta (RS), rechaçaram nesta terça-feira
(8), no plenário, a campanha de mentiras que parlamentares do PSL, estimulados
pelo presidente de extrema direita Jair Bolsonaro e o ministro da Justiça,
Sérgio Moro, têm espalhado nas redes sociais e na tribuna contra a agremiação.
Ambos anunciaram
que a partir de agora que todo parlamentar que voltar à tribuna para ser
“porta-voz de miliciano e de bandido”, com seus discursos “safados e fajutos”,
para atacar Lula, o PT e integrantes do partido vai responder criminalmente
pela iniciativa.
Base de Bolsonaro: podre por
dentro
Segundo Gleisi, a base de apoio de Bolsonaro é como um túmulo caiado, “limpinho
por fora e podre por dentro”, em especial o PSL, “a bancada do laranjal, do
Caixa 2, que usou candidaturas de mulheres como laranjas”. Ela observou também
que o próprio Bolsonaro se elegeu por meio de uma fraude, por intermédio de uma
campanha de mentiras espalhadas pelo WhatsApp.
Pimenta, por sua
vez, observou que Bolsonaro, ao longo de sua vida política, sempre esteve
próximo a bandidos e milicianos. “Sua família sempre nomeou em seus gabinetes
parentes de milicianos, inclusive de envolvidos com o assassinato da vereadora
Marielle Franco”. E perguntou: “Quem são vocês para atacar o PT? Têm medo de
que o Queiroz seja ouvido e suas contas abertas?”. O líder referiu-se a
Fabrício Queiroz, foragido e acusado de ser caixa da família Bolsonaro em
esquemas criminosos.
Direito de crianças
Gleisi e Pimenta discursaram em resposta a ataques do PSL a partir de nova
armação de Bolsonaro e Moro contra o partido, pelo fato de o PT, em abril deste
ano, ter ajuizado, no Supremo Tribunal Federal, Ação de Descumprimento de
Preceito Fundamental (ADPF) 579, contra a Portaria 157 do Ministério da
Justiça, a fim de defender a Constituição e as normas nacionais e
internacionais que tutelam o direito de familiares de detentos, incluindo
crianças que não podem ser atingidas pela pena aplicada aos presos. “Sempre
lutamos pelos direitos humanos, e ajuizamos a ação dentro do que a Constituição
nos diz”, frisou Gleisi.
Moro criminoso
A presidenta do PT e Pimenta observaram que Moro é um verdadeiro criminoso, por
ter agido à margem da lei para prender Lula e tirá-lo da campanha presidencial
do ano passado. Gleisi lembrou que as revelações do site The Intercept e seus
parceiros da mídia têm desmascarado Moro, cujo papel foi central para a eleição
de Bolsonaro, ganhando como prêmio o cargo de ministro da Justiça. “Vocês são
resultado de uma fraude, do embuste, da articulação rasteira e da articulação
de Moro para criminalizar adversários políticos”, denunciou Gleisi. “Pare de
mentir, Moro”, completou a parlamentar.
Governo inoperante
Para ela, o PSL, ao falar de Lula e do PT deveria “lavar a boca com sabão”.
Gleisi recomendou aos bolsonaristas olharem para a dramática situação do País,
que está à mercê de um governo inoperante que nada faz para combater a miséria
e resolver o problema do desemprego de mais de 12 milhões de pessoas.
Pimenta
acusou Moro de cumprir o “triste papel de polícia política de um governo
corrupto e enlameado”, liderado por um presidente comprometido com o “crime
organizado”. Ele denunciou Moro por repassar a Bolsonaro informações sigilosas
de inquéritos sobre o laranjal do PSL em Minas Gerais, além de usar dados
sigilosos de outros inquéritos para tentar pressionar ministros de cortes
superiores. Segundo Pimenta, Moro age como “criminoso e mafioso que vende
proteção a aliados e persegue os que fazem oposição”, como integrantes do PT.
“Nós
não aceitaremos, jamais, que um partido enlameado, um governo envolvido na
corrupção da milícia e do crime organizado, questione uma história como a
história do Partido dos Trabalhadores”, disse Pimenta, observando, com base nas
denúncias do The Intercept, que Lula nunca teve direito a um julgamento justo,
“foi vítima de um conluio perverso e criminoso, onde Sérgio Moro teve um papel
fundamental, junto com Deltan Dallagnol e outras figuras perversas que vão
responder pelos crimes que cometeram”.
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