Diante do
novo capítulo da Vaza Jato, os advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska T.
Zanin Martins cobraram que o STF julgue com urgência a liberdade de Lula.
"Os habeas corpus que aguardam julgamento no Supremo Tribunal Federal
tratando da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro e dos procuradores da Lava Jato
são de grande importância para restabelecer o Estado de Direito e para dar a
Lula a possibilidade de um julgamento justo e por isso devem ser julgados com
urgência", diz a nota
247 - Após novo capítulo da Vaza Jato, divulgado pela Folha
de S. Paulo em parceria com o The Intercept, no qual os diálogos mostram que a
Lava Jato selecionou, de maneira perversa, os áudios que tinham grampeados para
prejudicar a imagem de Lula, a defesa do ex-presidente cobrou que o STF julgue
com urgência os habeas corpus sobre a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro e dos
procuradores da Lava Jato.
"Os habeas
corpus que aguardam julgamento no Supremo Tribunal Federal tratando da
suspeição do ex-juiz Sérgio Moro e dos procuradores da Lava Jato são de grande
importância para restabelecer o Estado de Direito e para dar a Lula a
possibilidade de um julgamento justo e por isso devem ser julgados com urgência
— embora sejam irreparáveis os prejuízos causados por tais agentes públicos não
apenas ao ex-presidente, mas à própria democracia do país", diz a nota
assinada pelos advogados Cristiano Zanin Martins e Valeska T. Zanin Martins.
A defesa ainda listou outras ilegalidas
cometidas pelos procuradores da Lava Jato: que os procuradores tinham
consciência das ilegalidas que estavam cometendo e ressaltou os grampos ilegais
entre Lula e seus advogados.
Confira a nota na
íntegra:
Reportagem publicada hoje (08/09) pela
Folha de S. Paulo em parceria com o “The Intercept” (“Diálogos de Lula que a
Lava Jato não expôs contrariam Moro”) auxilia a reconstrução da verdade
histórica e expõe as grosseiras ilegalidades praticadas pelo ex-juiz Sergio Moro
e pelos procuradores da Lava Jato contra o ex-presidente Lula, contra os seus
advogados, e também contra o Supremo Tribunal Federal, pois, dentre outras
coisas:
1 – mostra que o ex-juiz Sergio Moro, os
procuradores e o delegado da Lava Jato de Curitiba selecionaram conversas
telefônicas mantidas por Lula, escondendo dos autos e do Supremo Tribunal
Federal aquelas que mostravam a verdade dos fatos, ou seja, aquelas que
deixavam claro que o ex-presidente aceitou o cargo de Ministro de Estado para
ajudar o governo e o país e não para qualquer outra finalidade ligada às
investigações da Lava Jato;
2 – mostra que os
procuradores da Lava Jato tinham plena consciência da ilegalidade que estavam
praticando ao postularem pela divulgação das conversas telefônicas grampeadas,
inclusive aquelas captadas após a decisão judicial que determinou o
encerramento das interceptações, mas mesmo assim decidiram levar adiante essa
iniciativa, juntamente com o ex-juiz Sergio Moro, para alcançar resultados
políticos e estranhos ao processo;
3 – mostra que além do grampo ilegal
instalado no principal ramal do nosso escritório por autorizaçã do ex-juiz
Sergio Moro para acompanhar a estratégia de defesa de Lula, a Lava Jato também
ouvia as conversas telefônicas que mantivemos com o ex-presidente a partir de
ligações por ele realizadas para outros telefones; vale dizer: a Lava Jato
grampeou deliberadamente conversas entre advogados e Lula por mais diversos
meios e usou dessas conversas para reforçar o “lawfare” contra o ex-presidente;
4 – a conversa mantida entre o advogado
Cristiano Zanin Martins e o ex-Presidente Lula em 16/03/2016, gravada e ouvida
ilicitamente pela Lava Jato, reforça que o ex-presidente Lula sequer tinha o
objetivo de aceitar o cargo de Ministro de Estado e muito menos o de impedir
qualquer investigação da Lava Jato.
A adoção de práticas ilegais e
incompatíveis com o devido processo legal e com o “fair trial” pelos membros da
Lava Jato contra Lula e contra nós, seus advogados, há muito tempo vem sendo
demonstrada em diversos recursos e procedimentos jurídicos. Os membros da
Lava Jato sistematicamente esconderam provas de inocência e estruturaram
condenações pré-estabelecidas e medidas invasivas contra Lula e seus familiares
com base em delações e outros elementos sem qualquer valor probatório,
afrontando as garantias fundamentais do ex-presidente, a legislação
internacional incorporada pelo Brasil (Estatuto de Roma, art. 54, 1, “a”), além
de diretrizes das Nações Unidas sobre a atuação de membros do Ministério Público
(“Guidelines on the Role of Prossecutors”, arts. 13 e 14).
Os habeas corpus que aguardam julgamento
no Supremo Tribunal Federal tratando da suspeição do ex-juiz Sérgio Moro e dos
procuradores da Lava Jato são de grande importância para restabelecer o Estado
de Direito e para dar a Lula a possibilidade de um julgamento justo e por isso
devem ser julgados com urgência — embora sejam irreparáveis os prejuízos
causados por tais agentes públicos não apenas ao ex-presidente, mas à própria
democracia do país.
Cristiano Zanin Martins/ Valeska T. Zanin
Martins